Jeff Bezos, dono do jornal The Washington Post, anunciou nesta quarta-feira (26) mudanças significativas na editoria de opinião do jornal. Segundo o empresário, a nova linha editorial terá como base a defesa de dois pilares: liberdades individuais e livre mercado. O anúncio foi feito por meio de um post em sua conta oficial no X.
“Estou escrevendo para informar sobre uma mudança que está por vir em nossas páginas de opinião. Vamos escrever todos os dias em apoio e defesa de dois pilares: liberdades pessoais e mercados livres. Abordaremos outros temas também, é claro, mas pontos de vista contrários a esses pilares serão deixados para serem publicados por outros”, declarou Bezos.
A decisão marca uma guinada editorial dentro do jornal, que há décadas adotava um posicionamento mais alinhado ao progressismo. Para Bezos, essa abordagem se tornou obsoleta com a ascensão da internet.
“Houve um tempo em que um jornal, especialmente um que detinha o monopólio local, poderia considerar um serviço trazer diariamente à porta do leitor uma seção de opinião abrangente, que buscasse cobrir todas as visões. Hoje, a internet já faz esse trabalho. Sou parte da América e estou pela América, e tenho orgulho disso. Nosso país não chegou até aqui sendo comum. E uma grande parte do sucesso dos Estados Unidos se deve à liberdade — tanto no âmbito econômico quanto em todos os outros. A liberdade é ética — pois minimiza a coerção — e prática — pois impulsiona a criatividade, a invenção e a prosperidade”, escreveu.
A mudança também resultou na saída de David Shipley, que comandava a editoria de opinião do jornal. Bezos explicou que ofereceu a ele a oportunidade de “liderar esse novo capítulo”, mas Shipley recusou.
“Sugeri a ele que, se a resposta não fosse um ‘sim’ absoluto, então deveria ser um ‘não’. Depois de cuidadosa consideração, David decidiu se afastar. Essa é uma mudança significativa, não será fácil e exigirá 100% de comprometimento — respeito sua decisão”, escreveu Bezos, que também é dono da Amazon, gigante do e-commerce.
Em um e-mail interno obtido pela emissora americana CNN, Shipley explicou sua saída, afirmando que tomou a decisão “após refletir sobre como posso seguir adiante na profissão que amo”. O jornalista também destacou os prêmios conquistados pela equipe sob sua liderança, incluindo dois prêmios Pulitzer – mais prestigiosa premiação do jornalismo nos EUA – e dois Loeb Awards – prestigioso prêmio que reconhece a excelência em jornalismo financeiro e de negócios.
A direção do jornal agora busca um substituto que esteja alinhado com os princípios adotados por Bezos. Em um comunicado interno, citado pela CNN, Will Lewis, CEO do The Washington Post, afirmou que a escolha do novo editor será feita “em devido tempo” e que a posição será ocupada por “alguém que apoie de forma integral o livre mercado e as liberdades individuais.”
Personalidades conservadoras elogiaram o novo direcionamento editorial. Charlie Kirk, fundador da Turning Point USA, classificou a mudança como um sinal de que “a cultura está mudando rapidamente para melhor.” Elon Musk, que tem sido um crítico frequente da grande mídia, também celebrou a decisão de Bezos ao comentar “Bravo, Jeff Bezos!” no X.
“Tenho confiança de que o livre mercado e as liberdades individuais são o caminho certo para os Estados Unidos. Também acredito que esses pontos de vista estão sub-representados no atual mercado de ideias e opiniões. Estou entusiasmado para, juntos, preenchermos essa lacuna”, concluiu Bezos.