O presidente nacional do União Brasil, Antonio Rueda, lançará em março a pré-candidatura do governador goiano Ronaldo Caiado (União-GO) à presidência da República nas eleições de 2026. O lançamento deve ocorrer em Salvador e contar, ainda, com um escritório político em São Paulo para as primeiras negociações de apoiadores e construção do plano de governo.
Correligionários do União afirmam que já há conversas com o ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, com o ex-presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Erick Figueiredo, e com a médica Ludhmila Hajjar.
“Começar a fazer o dever a partir da nossa casa, criando um movimento político consistente. Por isso, vamos a Salvador, estou pedindo para ele ir a Natal, Teresina… E não tem como menosprezar os maiores colégios eleitorais, como Rio e Minas. Temos que ir para cima nesses Estados e construir uma base com personagens da política que comprem o trabalho do Caiado”, disse Rueda em entrevista ao Estadão publicada neste sábado (18).
De acordo com ele, as primeiras agendas serão iniciadas nas capitais e em cidades com mais de 200 mil habitantes onde o partido tem prefeitos. A construção da pré-candidatura de Caiado terá, ainda, a participação do prefeito da capital baiana, Bruno Reis, e do ex-prefeito ACM Neto.
“O que precisamos agora é fazer pesquisas e dar densidade eleitoral para o Caiado, divulgar as ideias dele, o que ele fez, para trazer tração para a campanha”, emendou o dirigente partidário.
Caiado vem reafirmando a intenção de ser candidato desde meados do ano passado, mesmo com o próprio partido na base do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O União Brasil tem três ministérios na Esplanada – Juscelino Filho (Comunicações), Celso Sabino (Turismo) e Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional) – e pode ganhar mais alguns após a reforma ministerial que deve ocorrer nas próximas semanas.
Isso porque Lula pretende dar mais espaço na Esplanada aos partidos que já são da base e que tiveram um bom desempenho nas eleições municipais do ano passado. O PSD, de Gilberto Kassab, também está na lista dos que podem ser acomodados além das pastas que já comandam.
Antonio Rueda, no entanto, minimizou algum possível conflito que pode surgir mesmo se o partido ganhar mais espaço e, ainda assim, decidir deixar a base aliada no ano que vem. Para ele, os atuais ministros estão fazendo um bom trabalho.
“Quem vive a política sabe que a construção dos ministérios foi uma condição particular. Estou muito tranquilo quanto a isso”, completou.
A candidatura de Caiado em 2026 é, ainda, uma alternativa à polarização entre Lula e um candidato que for apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Embora o partido diga que pretende conseguir reverter a inelegibilidade do capitão para disputar novamente a presidência, a expectativa é de que outro nome seja lançado.
Este nome, no entanto, ainda é uma incógnita, visto que o mais forte na direita é o do governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), que já adiantou que pretende tentar a reeleição em São Paulo. Caiado, no entanto, também não deve ser o nome de Bolsonaro, já que eles entraram em atrito durante a eleição municipal de Goiânia, no ano passado.
