O Senado dos Estados Unidos confirmou nesta quarta-feira (12) a ex-deputada democrata Tulsi Gabbard como a nova diretora de Inteligência Nacional no governo de Donald Trump. A aprovação ocorreu por uma estreita maioria de 52 votos a 48, com a oposição dos democratas e do senador republicano Mitch McConnell. Gabbard será responsável por coordenar 18 agências de inteligência do país, incluindo a CIA, o FBI e a NSA (Agência de Segurança Nacional dos EUA), gerenciando um orçamento superior a US$ 70 bilhões.
A nomeação de Gabbard para chefiar a pasta gerou debates acalorados no Congresso, especialmente por seus posicionamentos anteriores e encontros no passado com figuras como o ditador sírio deposto Bashar al-Assad. Durante a audiência de confirmação no Senado, Gabbard enfrentou questionamentos sobre essas posições, incluindo sua defesa de Edward Snowden, ex-analista de inteligência que vazou documentos da NSA e se refugiou na Rússia. Pressionada por um senador democrata a declarar se considera Snowden um traidor, ela evitou uma resposta direta. Além disso, falou sobre seu encontro de 2017 com Assad, alegando que, apesar desta ação, não tem “nenhuma simpatia por ele ou qualquer outro ditador”.
Gabbard também enfatizou sua posição sobre a guerra na Ucrânia, afirmando categoricamente que foi o ditador da Rússia, Vladimir Putin, quem começou a guerra no país vizinho, embora em declarações anteriores tenha falado que o apoio dos EUA à Ucrânia desencadeou a guerra.
Apesar das críticas da oposição, aliados de Trump no Senado, com a ajuda da pressão feita por Elon Musk nas redes sociais, conseguiram se movimentar para garantir a confirmação de Gabbard no comando da pasta de inteligência.
Gabbard, que foi deputada pelo Havaí entre 2013 e 2021 e tenente-coronel da Guarda Nacional, ganhou notoriedade ao disputar as primárias presidenciais democratas de 2020. Em 2022, deixou o Partido Democrata para se tornar independente e, em 2024, apoiou Trump e se juntou ao Partido Republicano.
O Gabinete do Diretor de Inteligência Nacional foi criado para abordar as falhas de inteligência expostas pelos ataques de 11 de setembro de 2001.