A determinação foi um dos primeiros atos de Trump na questão climática, que inclui ainda a retomada da produção de veículos automotores e uma intensa prospecção de petróleo no país.
“Os Estados Unidos como economia que lidera o Planeta, como líderes nas emissões com a China, não podem de maneira alguma estar fora desse debate”, disse durante um painel paralelo ao Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, relata o Estadão.
Barbalho também ressaltou a necessidade dos Estados Unidos financiarem iniciativas para reduzir as emissões de gases do efeito estufa, uma das principais agendas deste terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Precisamos a partir do financiamento climático, encontrar soluções para a natureza, para o desenvolvimento econômico sustentável e, acima de tudo, compreendendo que esta é uma agenda necessária para cuidar das pessoas e salvar a humanidade”, pontuou.
Helder Barbalho também mencionou que as expectativas para a COP 30 são “enormes” principalmente por conta da realização na floresta, diferente do que ocorreu nas duas últimas edições em países produtores de petróleo – Azerbaijão e Emirados Árabes.
Para ele, isso fará com que o Brasil deixe um grande legado ambiental após o evento e que o país tem plenas condições de liderar o processo de transição energética de combate às mudanças climáticas.
“Pela visão ambiental, teremos um Brasil antes da COP-30 e outro Brasil depois da COP 30. A sociedade brasileira deve aproveitar essa oportunidade para criar consciência ambiental”, pontuou.
O governador paraense também minimizou a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, afirmando que o Brasil tem a ganhar por atrair investimentos de outros países cada vez mais em busca de políticas ambientais.
“Todas as economias [do mundo] estão percebendo que os eventos climáticos trazem um prejuízo econômico absolutamente importante. Portanto, ter a aderência aos compromissos de redução de emissões, garantir políticas de sustentabilidade, buscar modelos de transição energética e, no âmbito do Brasil, colocar o valor da floresta como oportunidade de desenvolvimento para a Amazônia é o que devemos trilhar até a COP 30”, afirmou pouco depois em entrevista à GloboNews.
Ainda segundo Barbalho, a cidade de Belém já está preparada em termos de infraestrutura para sediar o evento. No entanto, ele defendeu que o maior impacto deve vir de ações concretas voltadas à proteção florestal e ao desenvolvimento de um mercado de crédito de carbono.
“Precisamos de um legado ambiental para implementar ações que vão fazer que a proteção da floresta tenha um valor não utópico”, explicou.
O governador também ressaltou o papel significativo da iniciativa privada na redução de emissões e na promoção de práticas sustentáveis. Para ele, o empresariado “terá papel decisivo para entregar resultados na agenda climática”.
“Os governos precisam entender que as urgências climáticas vão além do meio ambiente; elas estão nas agendas econômica e humanitária”, completou.