O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aumentou a pressão sobre países do Oriente Médio para aceitarem palestinos que seriam deslocados da Faixa de Gaza durante a “reconstrução” do enclave.
O mandatário americano ameaçou cortar a ajuda externa enviada à Jordânia e ao Egito, grandes receptores de ajuda militar e econômica dos EUA, se eles recusassem sua exigência de acolher boa parte dos palestinos de Gaza. Os dois rejeitaram categoricamente a proposta de Trump desde o início.
“Se eles não concordarem, eu possivelmente reterei a ajuda”, disse o presidente a partir do Salão Oval a repórteres em resposta a uma pergunta um dia antes de uma reunião com o rei Abdullah II da Jordânia.
Nesta segunda-feira (10), Trump reafirmou seu plano de reconstruir a Faixa de Gaza, que passaria a ser administrada pelos americanos, ressaltando que os palestinos não poderiam retornar ao enclave.
Em uma entrevista à Fox News, Trump foi perguntado se essa população poderia retornar a Gaza, e respondeu: “Não, eles não poderiam [voltar]”.
Ainda nesta segunda, o presidente americano afirmou que, se o Hamas não retomar até sábado a troca de reféns que é parte do acordo de cessar-fogo com Israel na Faixa de Gaza, ele vai propor que o pacto seja cancelado, o que faria com que “todo o inferno seja liberado” sobre o grupo terrorista.
“No que me diz respeito, se eles não devolverem todos os reféns até sábado às 12 horas – um horário apropriado – eu diria para cancelarmos tudo. O que eu diria é que cancelemos tudo, e tudo estaria permitido, e deixaríamos que todo o inferno seja liberado”, declarou Trump a jornalistas na Casa Branca, depois de assinar várias ordens executivas.
“Digo isso em meu nome. Israel pode fazer o que considerar”, disse Trump, que não descartou que os Estados Unidos possam se envolver nessa resposta se o Hamas não concluir a libertação de reféns iniciada em janeiro como parte do plano de cessar-fogo.