Thiago Motta rompeu o silêncio sobre sua saída precoce da Juventus. Em entrevista ao jornal italiano Corriere della Sera, o treinador ítalo-brasileiro criticou duramente a forma como o clube lidou com seu trabalho e falou em “mentiras” divulgadas na imprensa.
Motta foi demitido há duas semanas, após uma sequência negativa que terminou na derrota por 3 a 0 para a Fiorentina, interrompendo um contrato que previa três anos de duração, mas que não chegou a completar sequer uma temporada.
Ao todo, foram 265 dias à frente da Juventus, um período que, segundo ele, merecia mais respeito e paciência por parte da diretoria. “A Juve deveria ter me dado tempo. Mesmo que seja verdade que os dois últimos jogos foram mal jogados, a escolha por outro caminho foi precipitada.”
Apesar de reconhecer falhas, o técnico de 42 anos recusou a ideia de fracasso. “As coisas não correram como esperava, especialmente na Copa da Itália e na Champions League. Mas não quero ouvir falar em fracasso. Deixei a equipe a apenas um ponto atrás do quarto lugar, o principal objetivo no início da temporada.”
Motta ainda enfatizou os desafios enfrentados: “Com uma equipe nova e afetada por lesões, estávamos perto de atingir o nosso objetivo. Mudaria algumas decisões, especialmente nos dois últimos jogos, mas não aceito que apaguem todo o trabalho realizado.”
‘Nunca discuti com ninguém’
Ao ser confrontado sobre possíveis desentendimentos com jogadores e com o diretor esportivo Cristiano Giuntoli, Thiago Motta foi enfático: “Quem diz isso está mentindo! Nunca discuti com diretor, nem com os jogadores. Tive uma ótima relação com todos.”
Sobre as críticas de Giuntoli, que supostamente teria ficado envergonhado pela escolha de Motta como treinador, o técnico respondeu: “Nunca ouvi isso diretamente dele. E também nunca disse a Yildiz que ele não é o Messi. Isso é mentira”, disse, antes de elogiar o camisa 10. “Terá um futuro brilhante. Além do talento, é um campeão como pessoa.”
Motta também deixou uma mensagem aos torcedores da Juventus. “Agradeço por tudo o que vivemos juntos. A Juve precisa voltar a ganhar o título, algo que não acontece há anos demais. Acredito que o que semeei ficará. Obrigado por me terem apoiado, mesmo que de forma crítica, mas sempre com carinho.”
