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Taiwan detém navio de carga ligado à China

As autoridades taiwanesas detiveram nesta terça-feira (25) um navio de carga vinculado à China por supostamente cortar um dos cabos submarinos que conectam a ilha principal de Taiwan à Ilhas Pescadores.

Em um comunicado, a Guarda Costeira de Taiwan (CGA) disse que o navio envolvido, chamado Hong Tai, tinha bandeira do Togo e estava registrado como um “navio de conveniência com vínculos ao capital chinês”.

Embarcações com bandeira de conveniência são aquelas que operam sob uma bandeira diferente daquela do país de seus proprietários, o que às vezes é interpretado como uma indicação de atividades ilícitas.

“Todos os oito tripulantes a bordo são cidadãos chineses. A possibilidade de que o incidente esteja relacionado a ações de ‘zona cinzenta’ por parte da China não pode ser descartada”, afirmou a CGA, acrescentando que ainda está investigando se o corte do cabo submarino “foi intencional ou um acidente”.

Em uma coletiva de imprensa, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, se recusou a comentar o caso. “Não estou familiarizado com esse assunto. Não é uma questão relacionada à diplomacia chinesa”, declarou Lin nesta terça-feira.

O incidente ocorreu por volta das 3h da manhã desta terça-feira (16h de segunda-feira em Brasília), quando a CGA recebeu um relatório da Chungwha Telecom, a maior empresa de telecomunicações de Taiwan, indicando que a terceira linha submarina que conecta Taiwan a Ilhas Pescadores havia se rompido cerca de 11 quilômetros a noroeste do porto de Jiangjun, no sul da ilha.

Segundo a CGA, o Hong Tai estava ancorado nesta mesma posição, localizada poucos quilômetros ao norte da rota do terceiro cabo submarino, desde a noite de 22 de fevereiro.

“Durante esse período, a Guarda Costeira monitorou a situação e emitiu sete alertas de evacuação por meio da estação de sinalização no Porto de Anping (sul de Taiwan), mas nenhuma resposta foi recebida”, disse o comunicado oficial.

Após receber uma avaliação preliminar da Chungwha Telecom sobre possíveis “danos externos” ao cabo, a Guarda Costeira iniciou a interceptação do Hong Tai, uma operação que exigiu a colaboração de três embarcações.

Tática para pressionar Taiwan?

O incidente ocorreu quase dois meses após a suposta sabotagem de outro cabo submarino localizado em águas ao nordeste de Taiwan por um navio de carga, o Shunxin 39, que estava registrado em Camarões e também na Tanzânia e era de propriedade de Hong Kong.

Em consequência, o Departamento de Segurança Nacional de Taiwan (NSB) prometeu fortalecer os mecanismos de controle sobre navios de bandeira de conveniência, designando zonas de alerta em áreas próximas aos pontos de conexão de cabos submarinos para “priorizar sua vigilância”.

Atualmente, Taiwan tem 14 cabos submarinos internacionais e 10 nacionais, de acordo com o NSB, que estimou que a ilha sofre uma média de sete a oito incidentes de corte de cabos por ano.

As autoridades da ilha consideram o corte dos cabos submarinos parte das atividades de “zona cinzenta” realizadas pela China com o objetivo de pressionar o governo taiwanês, atualmente liderado por William Lai, considerado pelas autoridades de Pequim um “ativista pela independência” e um “encrenqueiro”.

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