O banco central da Argentina anunciou, nesta sexta-feira, a redução da taxa de juros no país para 29% ao ano, uma queda de 3 pontos percentuais desde a última movimentação do índice. A decisão da autoridade monetária argentina segue uma série de reduções na taxa de juros desde que Javier Milei assumiu o país. Nos últimos 14 meses, o juro-base caiu 104 pontos percentuais, ao sair de 133% ao ano em dezembro de 2023, após nove cortes na taxa.
Segundo o banco central, a decisão vai ao encontro da redução das expectativas da inflação na Argentina e de uma melhora no cenário fiscal. A inflação no país, que era de 211,4% ao fim de 2023 (segundo dados do Instituto Nacional de Estatística e Censos), encerrou o ano passado em 117,8%, uma queda de 93,6 pontos percentuais em doze meses.
Desde a posse, Milei tem pregado a diminuição do Estado argentino e a responsabilidade do Executivo com os gastos públicos, com o intuito de retirar o país de uma das mais graves crises econômicas de sua história.
Ao assumir a herança tumultuada do ex-presidente Alberto Ángel Fernández, que não concorreu à reeleição, Milei reduziu pela metade o número de ministérios (de 18 para 9) e revisou os contratos de obras públicas, assim como diminuiu ou extinguiu o repasse de recursos federais para todas as províncias argentinas.
Além disso, o governo Milei realizou cortes no corpo de trabalhadores públicos federais, que contava com cerca de 230 mil funcionários e hoje possui 208 mil, enquanto a equipe das empresas públicas caiu de cerca de 110 mil para cerca de 98 mil, de acordo com dados do Indec.