A seleção brasileira encara a Colômbia, nesta quinta-feira (20), no Mané Garrincha, pela 13ª rodada das eliminatórias para a Copa do Mundo. Além de ter sido palco do principal jogo de Dorival Júnior à frente da amarelinha até aqui, na vitória contra o Peru por 4 a 0, Brasília também é um trunfo para a CBF dentro e fora das quatro linhas.
Em campo, o Brasil ostenta um tabu de 11 anos sem saber o que é derrota na capital brasileira, que virou uma ‘bola de segurança’ para a CBF superar as burocracias nas escolhas dos mandos da seleção nas eliminatórias. Além disso, Brasília é um local bem quisto para o presidente Ednaldo Rodrigues ganhar força política.
Apesar de ter sido sede do penúltimo jogo do Brasil em casa nas eliminatórias, Brasília não era prioridade para sediar o duelo contra a Colômbia. Morumbis, a Neo Química Arena, ambos em São Paulo, e o Maracanã, no Rio de Janeiro, estavam à frente na ‘disputa’.
Os estádios até chegaram a ser aprovados pela comissão técnica, mas não estariam liberados com 15 dias de antecedência por conta dos compromissos dos times que mandam seus jogos nos mesmos. Por isso, Brasília entrou como uma ‘bola de segurança’ para a entidade que comanda o futebol no Brasil.
Além de não ter clube jogando frequentemente por lá, o gramado também passa menos preocupação do que em outros lugares, como o Maracanã, por exemplo, onde Flamengo e Fluminense jogam semanalmente, e o campo nem sempre apresenta boas condições.
Mas a escolha por Brasília também passa por fatores que ultrapassam as quatro linhas. Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, usa a partida para se aproximar de lideranças da Câmara, do Senado e do Supremo Tribunal Federal (STF), sendo um movimento importante em época de disputas judiciais nos bastidores da Confederação.
No último jogo em Brasília, contra o Peru, em outubro de 2024, uma grande quantidade de ingressos foi distribuída a gabinetes de políticos do Distrito Federal na tentativa combinada de salvar um possível fiasco de público e lobby na cidade.
Vale lembrar que Ednaldo chegou a ser afastado da presidência da CBF no fim de 2023 em ação que discutia o mérito da sua eleição realizada em 2022. No entanto, o acordo realizado em janeiro deste ano com o STF afastou a chance de o presidente deixar a cadeira mais importante da entidade até 2026.
No último domingo (16), foi publicado nas páginas do jornal O Globo, um edital assinado pelo presidente Ednaldo Rodrigues de convocação para a eleição do novo comando da CBF. O pleito está marcado para o dia 24 de março, às 10h30 (de Brasília), com uma segunda convocação prevista para as 11h30. A votação será realizada na sede da CBF, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Alívio para Dorival Júnior em último jogo em Brasília
Na última partida na Capital Federal, Raphinha brilhou, e a seleção comandada por Dorival Júnior venceu o Peru por 4 a 0, também nas eliminatórias, no dia 15 de outubro de 2024.
Vale lembrar que a goleada contra o Peru foi um ‘alívio’ para Dorival Júnior no quesito ‘atuação técnica’. Apesar de ter vencido o Chile e o Equador anteriormente, nas eliminatórias da Copa do Mundo, a seleção não ostentava boas atuações e vinha com o trabalho do treinador e comissão técnica sendo muito questionado.
Contra a seleção colombiana, na próxima quinta-feira (20), às 21h45 (de Brasília), o Brasil fará sua 16ª partida na capital do país, onde o retrospecto é muito positivo. São 12 vitórias, duas derrotas e apenas um empate.
Jogar em Brasília se tornou uma espécie de ‘trunfo’ para a seleção. O Brasil não levou nem um gol nos últimos três jogos. Venceu o Qatar por 2 a 0 em 2019, a Venezuela por 3 a 0 em 2021 e, por último, o Peru, por 4 a 0.
A última derrota, porém, foi muito dramática
Na Copa do Mundo de 2014, após levar o inesquecível 7 a 1 da Alemanha, a seleção de Felipão foi em busca do 3º lugar contra a Holanda, no Estádio Mané Garrincha. Nada feito.
Van Persie abriu o placar aos três minutos de partida, Daley Blind fez o segundo aos dezessete, e Wijnaldum fechou a vitória tranquila do time que havia sido derrotado pela Argentina na fase anterior, fazendo o Brasil amargar o 4º lugar na Copa do Mundo em sua casa.
A situação do Brasil nas eliminatórias
Com 5 vitórias, 3 empates e 4 derrotas, o Brasil soma 18 pontos em 12 jogos disputados nas eliminatórias. Em quinto lugar e há dois jogos sem vencer na competição, Dorival Júnior e cia. precisarão garantir os 3 pontos e fazer com que a seleção alcance a 13ª vitória em Brasília na sua história.