Yassine Cheuko, o segurança de Messi, não pode mais entrar nos gramados da MLS, a liga norte-americana de futebol, onde o argentino atua pelo Inter Miami. Em entrevista para “House”, Cheuko lamentou, mas disse respeitar a decisão. Os vídeos dele barrando invasores costumam viralizar na internet.
“Vou te falar uma coisa. Eu trabalhava na Europa, na Ligue 1 e Champions League por sete anos. Em sete anos eu vi seis pessoas pularem para dentro do campo. Eu vim para cá (Estados Unidos) e comecei em julho de 2023. De lá para cá, 16 invasores de campo. Foram 16 em 20 meses. Então há um problema real”, disse.
“Me manter fora do campo não vai resolver o problema. Nós poderíamos trabalhar juntos. Eu ficaria feliz de ajudar. Eu amo a MLS, amo a CONCACAF. Eu ficaria feliz. Não estou dizendo que sou melhor que qualquer um, mas eu tenho a experiência da Europa. Sei que nos Estados Unidos vai ser duro, mas tudo bem. Eu respeito a decisão deles”, completou.
Nesta semana, o segurança particular de Messi havia roubado a cena nas redes sociais. Ele desafiou o youtuber Logan Paul para lutar.
“Escute, Logan. Estou fazendo esse vídeo porque muitas pessoas me param na rua, me mandam mensagens, muitos comentários no Instagram sobre essa luta. Agora não há mais escapatória. Vamos fazer essa luta pelas pessoas”, disse.
E o desafio tem uma explicação, que também inclui o irmão de Logan, Jake Paul. Recentemente, Messi lançou a sua própria marca, e Logan criticou a estrela do futebol argentino por supostamente “copiar” o logo da empresa de bebidas energéticas do seu irmão.
“Irmão, você nos copiou. Todo mundo viu. Eles viram o que você fez, todos notaram, e então fomos processados. Espere, espere, o quê? Isso não é justiça. Então, obviamente, entramos com um processo de reconvenção. Se você não pode vencer o melhor, precisa ser o melhor. Mas isso é ilegal, é violação de marca registrada. Estamos responsabilizando-o, e isso é assédio?”, disse Logan.
Desabafo no último mês
Em fevereiro, durante amistoso entre Inter Miami e Sporting San Miguelito, no Panamá, Cheuko foi “superado” por um fã, que entrou no gramado, conseguiu passar pelo guarda-costas e abraçou Messi.
O segurança criticou as equipes de segurança dos estádios em que o Miami joga e disse que “não é seu trabalho” impedir invasões de campo.
Cheuko criticou os stewards por “ficarem preocupados em tirar fotos” e não fazerem seu trabalho, e ressaltou que não ganha “milhões de dólares” para proteger Messi, como muitos pensam.
Leia o desabafo completo:
“Eu gostaria de expressar minha sincera gratidão às equipes de seguranã em Honduras e Peru por seu profissionalismo, que foram de valor incomensurável para mim.
Não é meu trabalho parar torcedores que invadem os campos. Essa é a responsabilidade das equipes de segurança dos estádios. Mas vamos ser honesto: a maioria dos seguranças – e quero enfatizar que falei “a maioria”, sem generalizar – não está totalmente focada em seu trabalho. Ao invés de garantir a segurança, eles estão mais ocupados assistindo aos jogos, tirando fotos e gravando vídeos. E, pelo fato de não estarem prestando atenção, eu tomei a decisão, a partir de uma iniciativa própria, de entrar no gramado e tentar solucionar a situação gerada pela invasão de gramado.
Por favor, senhores profissionais de segurança, peço a vocês, com todo o respeito e seriedade que esse tema merece: fiquem vigilantes. Façam o trabalho que vocês foram pagos para fazer. A segurança dos estádios, dos jogadores e dos torcedores depende de vocês. Eu estarei sempre pronto para ajudar e estarei sempre pronto para intervir quando for necessário, mas, se vocês não fizerem a parte que vos cabe, essa é uma missão muito difícil para realizar sozinho.
Não sou uma celebridade e não tenho qualquer ego. Não ganho US$ 3 milhões por ano, como alguns veículos de imprensa dizem. Sou um simples trabalhador, como milhões de outras pessoas, que dá seu melhor todos os dias para cumprir sua missão com dedicação e honra. Meu trabalho é garantir a segurança das pessoas para quem trabalho, sem machucar os torcedores. E, para realizar isso, vou fazer tudo o que for preciso.
Estou pronto para correr pelo gramado de tênis. Estou pronto para cair de cara no chão na frente de milhares de pessoas. Estou pronto para ser empurrado, trombado e humilhado, se for necessário. Nada disso me importa, porque não é a minha imagem que importa, apenas minha missão. E, se um dia eu tiver que dar minha vida para realizar meu trabalho, farei isso sem hesitar.
Porque, além do que as pessoas pensam, além dos desafios, além dos sacrifícios, o que me define é meu compromisso e meu propósito.
Obrigado a todos. Cuidem-se. Que Deus abençoe e proteja a todos, pois ele é o verdadeiro protetor.”