O Kremlin negou nesta sexta-feira (31) que os países do Brics tenham planos de criar sua própria moeda como alternativa ao dólar.
“Não se fala em criar uma moeda comum no Brics. Não foi discutido e não é discutido. O Brics fala de criar novas plataformas de investimento conjunto que permitam investimentos em terceiros países, investimentos mútuos, etc”, disse o porta-voz do regime da Rússia, Dmitry Peskov, em sua entrevista coletiva diária por telefone.
Peskov respondeu assim a uma pergunta sobre as ameaças tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra os países do Brics se eles substituírem o dólar americano.
Trump repetiu nesta quinta-feira (30) suas fortes ameaças tarifárias para desencorajar os Brics de substituir o dólar.
“A ideia de que os países do Brics estão tentando se afastar do dólar, enquanto nós ficamos assistindo de braços cruzados, ACABOU”, escreveu Trump em sua rede social, a Truth Social.
O presidente americano explicou em sua postagem que os EUA “exigirão” um compromisso desses países de que não criarão uma nova “moeda dos Brics” ou apoiarão qualquer outra moeda para substituir o “poderoso dólar americano”.
“Caso contrário, enfrentarão tarifas de 100% e deverão dizer adeus às vendas para a maravilhosa economia americana”, acrescentou.
O porta-voz do Kremlin declarou que o ditador russo, Vladimir Putin, já havia falado sobre o assunto e pediu aos especialistas do governante americano que “explicassem melhor a agenda do Brics para ele”.
O Brics é formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e, desde o começo deste mês, se uniram ao bloco como membros permanentes o regime do Irã, a Arábia Saudita, o Egito, a Etiópia e o Emirados Árabes Unidos. Cuba e Venezuela também têm demonstrado interesse em colaborar com o bloco econômico.