O deputado estadual Renato Freitas (PT) corre o risco de ser cassado após ter ofendido parlamentares na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) e agredido um assessor. Como reação, o também deputado Delegado Tito Barichello (União) entrou com uma representação contra Freitas. O documento foi enviado à presidência da Casa, que decidirá se dará seguimento ao processo.
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Essa não é a primeira vez que o petista está envolvido em polêmicas. Desde o início de sua trajetória política, ainda como candidato a vereador de Curitiba, ele coleciona problemas com a polícia e com colegas parlamentares na Câmara Municipal de Curitiba — ele foi vereador entre 2021 e 2022 — e na Assembleia do estado, onde está no primeiro mandato de deputado estadual.
Em 2022, ele chegou a ter o mandato de vereador cassado por quebra de decoro parlamentar ao ter invadido uma igreja no centro histórico de Curitiba. O STF, porém, restabeleceu o mandato e ele pôde se candidatar a deputado estadual, quando foi eleito com 57.880 votos.
Polêmicas de Renato Freitas remontam a 2016
- Desacato após som alto (2016)
Quando era candidato a vereador, em agosto de 2016, Freitas foi preso pela Guarda Municipal no Largo da Ordem, no centro histórico de Curitiba. Segundo o boletim de ocorrência, ele ouvia música (rap) em volume alto, em um carro, e teria desacatado agentes da Guarda Municipal que o abordaram.
- Abordagem de policiais (2017)
Ele foi novamente preso ao filmar policiais militares que o abordaram, no bairro Alto da Glória, também na capital paranaense.
- Conflito com guardas municipais (2018)
Durante a campanha eleitoral de 2018, quando era candidato a deputado estadual, Renato Freitas entrou em conflito com guardas municipais de Curitiba e precisou ser contido com o uso de munição menos letal. De dentro da viatura, fez uma transmissão a seguidores por rede social.
- Pichação em supermercado (2020)
Em novembro de 2020, depois de ser eleito vereador, Renato Freitas foi flagrado pichando um toldo do supermercado Carrefour no bairro Parolin, em Curitiba.
- Obstrução de trabalho da PM (2021)
Freitas foi novamente detido pela Polícia Militar, dessa vez em junho de 2021. Ele foi abordado sob a alegação de obstruir o trabalho da Polícia Militar enquanto policiais abordavam uma outra pessoa. À época, assessoria dele disse que Freitas foi vítima de ação arbitrária da força policial.
- Detido em ato contra Bolsonaro (2021)
Outra ocorrência foi registrada em julho de 2021, quando foi detido pela Guarda Municipal de Curitiba durante ato contra governo Bolsonaro.
- Invasão à Igreja do Rosário (2022)
Em um dos episódios mais marcantes na carreira política de Renato Freitas, ele invadiu a Igreja do Rosário, no centro histórico de Curitiba Por causa disso, chegou a ter o mandato de vereador cassado pelo Conselho de Ética e, na sequência, pelo plenário da Casa, por quebra de decoro. Uma liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) restabeleceu o mandato dele.
- Contra Ricardo Arruda (2023)
Após eleito deputado estadual, Freitas foi alvo de um boletim de ocorrência por supostamente ter ameaçado o deputado Ricardo Arruda (PL). “Quando, a exemplo do deputado Ricardo Arruda, se desvia do caminho, propaga a mentira, o resultado é a morte”, teria dito. Freitas ainda teria sugerido a Arruda para que ele se arrependa. “Arrependa-se. Há tempo, enquanto há vida”, disse o petista.
Já como deputado estadual, em maio de 2023 Freitas foi retirado de um voo em Foz do Iguaçu, na região oeste do Paraná, após ter se negado a passar por revista pela Polícia Federal.
- Freitas chama presidente da Alep de “corrupto” (2023)
Após chamar de “hipócritas” representantes de igrejas evangélicas que estavam nas galerias da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), Freitas iniciou uma discussão com o então presidente da Casa, Ademar Traiano (PSD). Em um dado momento, ele chamou Traiano de “corrupto”. Uma representação disciplinar foi aberta e ele foi condenado no Conselho de Ética da Alep. Em março de 2024, porém, a representação foi arquivada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que reconheceu a prescrição do processo administrativo.
- Comentário antissemita (2024)
Em uma postagem do jornal Folha de S. Paulo nas redes sociais sobre discriminação de judeus no mercado de trabalho, o deputado comentou que já morou “em várias quebradas na minha vida, moro de aluguel, sempre mudando tipo cigano, e em nenhuma delas eu vi ou conheci algum judeu”. O comentário rendeu uma nota de repúdio da Federação Israelita do Paraná (Feip). Posteriormente, Freitas retirou o comentário da postagem.