O think tank britânico Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, na sigla em inglês) divulgou nesta quarta-feira (12) seu relatório dos gastos dos países com defesa em 2024, que indicou um novo recorde de despesas na área, refletindo os conflitos e as tensões geopolíticas mundiais.
Segundo o documento, os gastos globais com defesa atingiram US$ 2,46 trilhões no ano passado (em 2023, haviam sido US$ 2,24 trilhões), um aumento de 7,4% em termos reais, superando os aumentos de 6,5% em 2023 e 3,5% em 2022.
Dessa forma, as despesas chegaram a uma média de 1,9% do PIB dos países, acima do 1,6% de 2022 e do 1,8% de 2023.
De acordo com o IISS, a Europa aumentou pelo décimo ano consecutivo seus gastos com defesa – o incremento em 2024 foi de 11,7% em termos reais –, que atingiram US$ 457 bilhões, puxados pelo aumento real de 23,2% no orçamento da Alemanha para a área e investimentos significativos de outros países, como a Polônia, que em dois anos passou do 20º para o 15º lugar mundialmente em gastos com defesa.
Porém, a Rússia, que desde fevereiro de 2022 promove uma guerra contra a Ucrânia, aumentou suas despesas na área em 41,9% em termos reais. O valor total foi de US$ 145,9 bilhões, porém, em termos de paridade do poder de compra (PPC), as despesas militares totais russas atingiram US$ 462 bilhões em 2024 e ficaram acima do total da Europa.
Em outros continentes, os destaques foram o orçamento de defesa da China, que cresceu 7,4% em termos reais, e de Israel, que travou em 2024 guerras contra os grupos terroristas Hamas e Hezbollah e aumentou em 72,9% em termos reais seus gastos militares.