Durante um encontro com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, reiterou seu apoio ao país e garantiu um empréstimo de US$ 2,8 bilhões (R$ 16,3 bilhões, na cotação de 28/2) à Ucrânia.
O empréstimo é garantido por ativos russos congelados desde o início da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, e foi fechado como parte de uma iniciativa do G7 denominada Aceleração Extraordinária de Receita (ERA, na sigla em inglês).
“O Reino Unido continua a defender a Ucrânia. O acordo de hoje, que contribui para fortalecer as capacidades de defesa da Ucrânia, confirma isso”, disse o ministro das Finanças da Ucrânia, Serhii Marchenko.
O empréstimo será destinado à “compra de equipamentos de defesa de acordo com as necessidades da Ucrânia”, informou o Ministério das Finanças ucraniano.
O anúncio do empréstimo e a visita de Zelensky ao Reino Unido aconteceram logo após a discussão acalorada na Casa Branca, na última sexta-feira (28), entre Zelensky, o presidente dos EUA, Donald Trump, e seu vice, JD Vance.
Em consonância com seus aliados europeus, Starmer reafirmou seu apoio a Zelensky. Durante uma coletiva de imprensa ao lado do presidente ucraniano, o premiê britânico afirmou estar “ao lado da Ucrânia pelo tempo que for necessário”. Ele ainda acrescentou que a Ucrânia tem “apoio total em todo o Reino Unido”.
Já a chanceler do Tesouro britânico, Rachel Reeves, disse que ficou surpresa com o “apoio de todos os partidos” ao acordo durante a sua tramitação no Parlamento. “Este dinheiro destina-se a ajudar a garantir a integridade territorial da Ucrânia”, declarou Reeves, além de reforçar “a segurança e a posteridade de toda a Europa”.
O que é a Aceleração Extraordinária de Receita do G7
Em outubro de 2024, os países do G7 chegaram a um acordo para fornecer à Ucrânia um empréstimo de quase US$ 50 bilhões (R$ 292,4 bilhões). A maior parte do empréstimo ficou a cargo dos Estados Unidos, totalizando US$ 20 bilhões (R$ 117 bilhões).
Países da União Europeia, incluindo França, Alemanha e Itália, ficaram responsáveis por um total de US$ 19,4 bilhões (R$ 113,4 bilhões). Canadá, Japão e Reino Unido ficaram responsáveis pelo restante do financiamento. Por meio do mesmo mecanismo, a Ucrânia já recebeu US$ 1 bilhão (R$ 5,8 bilhões) dos EUA e US$ 3,1 bilhões (R$ 18 bilhões) da União Europeia.
Embora os países ocidentais tenham congelado US$ 300 bilhões (R$ 1,7 trilhão) em ativos russos, somente a renda anual gerada por esses fundos pode ser utilizada. São esses lucros que pagarão o empréstimo de US$ 50 bilhões à Ucrânia.
Em janeiro, Zelensky e Starmer já haviam assinado um acordo de parceria de 100 anos durante uma reunião em Kiev. O acordo abrange cooperação nos setores militar, energético, científico, cultural e econômico, entre outros.