(UOL/FOLHAPRESS) – “Esse está sendo o ano que estou começando muito mais tranquila que todos os anteriores”. É desta forma que Rebeca Andrade define o início de 2025, após suspense sobre novos passos na carreira no ano passado. No primeiro período de treinos da seleção brasileira no ciclo para Los Angeles-2028, ela explica o que a faz sentir-se bem, mas ressalta estar vivendo “um dia de cada vez” e despista sobre o futuro.
“Tudo pode acontecer. Falei que vou respeitar muito o meu corpo, os meus processos. Esse está sendo o ano que estou começando muito mais tranquila que todos os anos anteriores. Poder ter essa liberdade de fazer as coisas com calma e sentir que sou respeitada é o que me motiva e dá forças para estar aqui. É um local que me deixa feliz, que sinto um amor gigantesco e gosto de representar. O futuro a Deus pertence, não sei se ano que vem vou estar, se em 2027, em 2028… nesta quarta-feira (12) o planejamento é trabalhar firme para que consiga estar bem para o próximo [ano] e tentar a vaga olímpica”, afirma Rebeca.
Maior medalhista da história do Brasil em Olimpíadas, com seis pódios, Rebeca tem uma preocupação com a saúde do corpo -já passou por três cirurgias no joelho direito e realizou outros procedimentos. Ela integra o grupo da seleção que está em período de treinamento no CT na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. “Eu estou pensando um dia de cada vez, sentindo meu corpo. Estou conseguindo me recuperar e está indo tudo bem”.
A ginasta não deve participar de competições neste primeiro semestre de 2025. Desta forma, é improvável que esteja no Troféu de Jesolo, primeiro torneio da seleção na temporada, em abril. Ela foi a campeã das barras assimétricas no ano passado.
“Estamos treinando, mas não sabemos quem vai. [Quer ir?] Não. Estou em um processo de cuidar das minhas dores. Neste primeiro semestre, gostaria mesmo de cuidar dessa parte para estar bem no segundo e no próximo ano também. Mas é algo que vai ser conversado”, afirma Rebeca.
*
O QUE MAIS REBECA FALOU?
Como você está? Como foram as férias? “Bem, feliz. Depois dos Jogos [Olímpicos] tivemos o Brasileiro. Tivemos outubro para dar uma descansada, aí novembro trabalhei bastante e dezembro já foi um pouco mais tranquilo. Em janeiro já estávamos aqui de volta. Mas foi importante termos esse tempinho, poder descansar a mente, poder fazer outras coisas também. Foi bem bom”.
Conseguiu descansar? “Consegui fazer viagens que gostaria de ter feito, estar com a minha família, meus amigos. Isso tudo vai voltando a energia. Gosto de estar em contato com a natureza e fiz esse tipo de viagem”.
Está trabalhando a mente para aproveitar e curtir os treinos também? “Essa parte aqui dentro, como vivi muito, consigo curtir. Era mais fora mesmo. Graças a Deus deu tudo certo. Pude conversar com a equipe que gerencia minha carreira para que entendessem que eu precisava de dias que pudesse focar em mim, pensar em mim. Conseguir passar mais tempo com família, amigos, cachorros, fazer coisas para mim. Era isso que estava faltando que antes eu não tinha. Eu cumpri tudo que eu precisava. Entendo que nunca devi nada a ninguém, mas por ter conquistado tudo que conquistei, estou em um lugar que pode ter esse tipo de coisa, e passar para as meninas mais novas também a importância de se cuidar aqui e lá fora”.
Você postou um vídeo jogando tênis. “Estou gostando muito. Gosto muito de tênis, é uma coisa completamente diferente da minha realidade. Antes, não tinha tempo para isso. Agora, com essa volta mais tranquila, mas sem perder o foco, estou me divertindo muito, mas ainda sou muito ruim (risos)”.
Processo de decisão pensando na disputa por equipes. “Sempre falo com o Xico [técnico da seleção], se eu me colocar à disposição de fazer a minha ginástica para a equipe, vou fazer. Independentemente do que aconteça. Mas sempre precisamos estar nos respeitando. Não adianta eu chegar e fazer de qualquer jeito. Preciso ser a melhor Rebeca que eu puder para as meninas também. Quero muito ajudar e conquistar objetivos. Tem de ir com calma”.
O que esse novo ciclo vai ter de especial, pensando principalmente na ginástica por equipes? “Acho difícil saber o que vai ter, como vai ser, mas espero que tenhamos ainda mais talentos. As meninas mais novas que estão subindo agora, que vão subir para a adulta… Um pouco mais de experiência para trocar com elas, elas com energia para nos levantar também. Mas sempre muito trabalho, todo mundo trabalhando junto para ter os resultados”.
Leia Também: Efeito Neymar aquece briga pelo patrocínio máster do Santos