Na semana passada, a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA) emitiu um boletim mostrando que as águas do Oceano Pacífico Equatorial, na costa do Peru, tiveram um rápido aquecimento – a amplitude térmica ficou 1,5° C acima do normal. Segundo o meteorologista do Canal Rural, Arthur Müller, isso significa que a região já enfrenta o fenômeno El Niño Costeiro, um prenúncio da chegada do El Niño.
Na edição de hoje (10) do Mercado & Companhia, o meteorologista explicou que se o evento climático persistir, no Brasil, o rápido aquecimento das águas do Pacífico Equatorial pode provocar seca no norte do Pará e Roraima e causar chuvas fortes no litoral do Equador e Peru a partir dos meses de abril e maio.
Arthur também informou que se o aquecimento das águas prosseguir, o El Niño estará efetivamente em vigor até o fim deste ano.
Ele relembrou que o fenômeno pode ocasionar problemas em áreas importantes do agronegócio brasileiro, com excesso de chuvas na região Sul do Brasil e a falta da mesma, principalmente, em estados que compõem o Matopiba (Centro- Oeste e Nordeste e Norte do país) e temperaturas acima da média no período.
O El Niño afeta a circulação atmosférica global, alterando o clima, não apenas na América do Sul, mas em várias regiões do planeta, podendo durar até dois anos ou mais.