A passagem de Alexandre Pato pelo Corinthians, até hoje, é lembrada pelo pênalti perdido contra o Grêmio na Copa do Brasil de 2013. Na cobrança decisiva, o atacante arriscou uma cavadinha, mas bateu fraco demais, e Dida fez a defesa sem dificuldade.
Em entrevista ao jornalista Duda Garbi, o atacante revelou que treinou, naquela semana, para cobrar a penalidade daquela maneira e que, se pudesse voltar no tempo, faria diferente.
“No dia anterior, dois, três dias antes, eu treinei todos os pênaltis de cavada contra o Danilo (Fernandes). Não pegou um. Eu lembro que pensei que o Dida sempre caía rápido nos pênaltis, tentei surpreender ele, joguei com ele no Milan. Veio um estudo mais profundo, pensei que ele ia escolher um canto, um cara mais velho”, disse.
“Quando eu treino na semana, eu penso: vou fazer isso. E eu fiz. Foi um caos, eu errei, nós saímos fora, foi polêmico, torcida muito chateada. Se me perguntam se eu faria de novo, eu não sei, mas se volto no mesmo momento, eu teria chutado da forma que eu chuto meus pênaltis”, completou.
Alguns companheiros de Pato na época afirmaram que pessoas queriam bater nele pela sua decisão. O ex-camisa 7 do Corinthians, porém, não se recorda de nenhum movimento nesse sentido.
“Foi bem polêmico. A polêmica de dentro do vestiário, teve gente brava… na raiva, o cara pode ficar irritado, mas se quiseram me bater, nunca chegou em mim. Eu sentado no meu canto, chorando… talvez, no canto pensou que queria, mas não chegou em mim. O que o Douglas, o Danilo falaram… deixa eles falarem. Essa é a minha versão, nunca aconteceu nada de briga”, relembrou.
O lance, inclusive, sentenciou a sequência da passagem de Pato no Timão, com ele deixando o clube meses depois. Para ele, inclusive, caso não tivesse desperdiçado a cobrança, a Copa do Mundo de 2014 poderia ser uma possibilidade com a seleção brasileira.
“Para a Copa de 2014… a minha volta para o Corinthians, se eu não erro o pênalti, eu vou. Porque… melhor não falar”, desabafou.
O atacante, inclusive, revelou que quase apanhou de um companheiro apenas uma vez, no início do carreira: Fernandão, no Internacional.
“A gente jogou contra o Athletico-PR na Arena, ele me mandou ir pressionar, eu respondi para ele ir. Fui para o vestiário, quando eu olho para trás, ele está igual um leão atrás de mim. Sentei no vestiário, ele aparece: cadê esse moleque? Quero matar ele. Eu fiquei sentado, esperando. O Edinho que segurou ele. Acho que ele ia me dar uns tapas”, finalizou.