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Putin aceita tropas europeias na Ucrânia em acordo de paz

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira (24) que o ditador da Rússia, Vladimir Putin, aceitaria a presença de forças europeias na Ucrânia como parte de um possível acordo para encerrar a guerra. A declaração foi feita no Salão Oval da Casa Branca durante o encontro com o presidente da França, Emmanuel Macron.

Caso se confirme, essa posição representaria uma mudança significativa na postura russa, uma vez que Moscou sempre considerou o envio de tropas estrangeiras para a Ucrânia como uma “linha vermelha”. No entanto, segundo Trump, essa resistência teria sido superada como parte de negociações diretas entre os dois líderes.

Ao ser questionado por jornalistas se Putin aceitaria a presença de tropas europeias em solo ucraniano, Trump respondeu diretamente: “Ele aceitará”. O presidente americano explicou que discutiu o assunto com o ditador russo e obteve uma resposta positiva.

“Se chegarmos a esse acordo para acabar com a guerra, ele não estará procurando por mais guerra. Eu lhe perguntei especificamente, e ele não tem nenhum problema com isso”, afirmou Trump.

A possibilidade de um contingente europeu na Ucrânia surge no momento em que França e Reino Unido lideram esforços para formar uma força de redistribuição militar no país. O objetivo dessa força seria proteger áreas estratégicas contra novos ataques russos, caso um acordo de paz mediado pelos EUA seja alcançado. De acordo com informações do jornal britânico The Guardian, o plano prevê o envio de até 30 mil militares com foco em defesa aérea e marítima, sem participação significativa de tropas terrestres na linha de frente.

Na semana passada, Macron já havia admitido publicamente que considerava viável o envio das chamadas “forças de paz” para a Ucrânia dentro de um “quadro planejado” após um acordo de cessar-fogo. O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, que se reunirá com Trump na quinta-feira (27), também demonstrou em artigo publicado no jornal The Telegraph apoio à ideia, que conta com respaldo de alguns países bálticos, como a Suécia.

Macron: “A paz não deve significar a rendição da Ucrânia”

Durante a coletiva conjunta na Casa Branca nesta segunda, Macron ressaltou que qualquer solução negociada para o conflito no leste europeu deve preservar a soberania ucraniana e não pode significar uma vitória para a Rússia.

“Essa paz não deve significar uma rendição da Ucrânia. Não deve significar um cessar-fogo sem garantias. Deve permitir a soberania ucraniana e permitir que ela negocie com outras partes interessadas sobre as questões que a afetam”, declarou o presidente francês.

Macron classificou o encontro com Trump como produtivo e destacou que os dois compartilham o objetivo de alcançar uma solução duradoura para o conflito.

“Estou plenamente convencido de que há um caminho a seguir. Compartilhamos as mesmas crenças. Sabemos o trabalho que precisa ser feito e, nas próximas semanas, trabalharemos para reunir nossas equipes em vários formatos para garantir que tenhamos essa paz sólida e duradoura”, afirmou.

O líder francês também ressaltou que a volta de Trump à presidência dos EUA cria uma nova dinâmica para as negociações e abre possibilidades inéditas para encerrar o conflito.

“Existe agora a possibilidade de uma grande mudança, porque há um novo governo dos EUA. Esse é um novo contexto, portanto, há boas razões para Trump voltar a dialogar com Putin”, disse Macron.

Trump negocia diretamente com Rússia e busca cessar-fogo

Diferente da abordagem do governo de Joe Biden, que priorizou o envio de armas para a Ucrânia e sanções econômicas contra Moscou, Trump tem buscado negociar diretamente com Putin para alcançar um acordo de paz.

O presidente americano explicou que sua prioridade é encerrar o conflito de maneira definitiva, mas reconheceu que um cessar-fogo pode ser um passo necessário antes de uma resolução completa.

“Gostaria de chegar diretamente a um acordo (de paz), mas o cessar-fogo sempre acontece um pouco antes”, disse Trump. Ele também mencionou que está conduzindo negociações ativamente e que pretende se reunir com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, nos próximos dias para negociar o acordo no qual os EUA receberiam acesso privilegiado a recursos naturais da Ucrânia, incluindo terras raras, como forma de compensação pelos bilhões de dólares em assistência militar enviados ao país desde o início da guerra.

As negociações entre delegações americanas e russas já começaram, com encontros realizados na semana passada na Arábia Saudita.

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