O Palmeiras reencontrará o Cerro Porteño na fase de grupos da CONMEBOL Libertadores de 2025 semanas depois do caso de racismo envolvendo o jovem Luighi contra a equipe paraguaia na edição sub-20 do torneio.
Após o sorteio na sede da Conmebol, o vice-presidente palmeirense, Paulo Buosi, teve encontro com o presidente do Cerro, Raúl Zapag, e ambos falaram sobre o combate ao racismo na América do Sul.
“Temos um papel na sociedade: acabar com o racismo. Juntos. Mas com a impunidade, como tem acontecido, nós não vamos mudar. Porque a impunidade é o combustível para que aconteça de novo. Tem acontecido de novo”, abriu o diálogo Buosi.
Zapag, então, iniciou um pequeno debate, defendendo que não se deve seguir falando sobre os atos racistas. “É o mesmo que eu quero, mas não podemos ficar falando disso, se não…”.
Buosi, então, rebateu o mandatário paraguaio, ressaltando que o mesmo será bem tratado no Brasil, mas reforçando que não se pode parar de falar do racismo.
“Presidente, temos que falar. Não temos nada com o senhor, o Cerro é o time que mais enfrentamos na história da Libertadores. Vocês, lá, vão ser muito bem tratados, pode deixar comigo. Mas temos outro papel, acabar com esse crime, essa chaga que existe na nossa sociedade”, argumentou.
O presidente do Cerro, então, enviou mensagem à presidente Leila Pereira, garantindo um bom tratamento a ela quando for ao Paraguai. “Pode falar à presidente Leila que vamos recebê-la como uma rainha, como deve ser”.
O dirigente palmeirense, então, pediu que, mais do que a presidente, as pessoas que sofrem com atos racistas passem a ser respeitadas. “Mas não é só ela que devemos tratar assim, são as pessoas que estão sofrendo com o racismo e não podem sofrer mais”.
Foi aí, então, que Zapag citou o discurso de Alejandro Domínguez, afirmando que o racismo não é um problema do futebol. “O racismo, como disse o presidente (Alejandro Domínguez), não vem do futebol”.
Por fim, Buosi defendeu que o futebol deve dar exemplo, principalmente na América do Sul. “Mas o futebol dá exemplo, o futebol é muito importante na América do Sul. Se a gente tomar as atitudes, a gente muda a sociedade. Se não vem de cima, nós mudamos de baixo”.