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Presidente da Romênia renuncia em meio à crise política

O presidente da Romênia, Klaus Iohannis, anunciou inesperadamente sua renúncia nesta segunda-feira (10), encerrando seu mandato antes das eleições presidenciais previstas para maio, alegando que sua saída evitaria uma “crise”, uma vez que o Parlamento estava prestes a iniciar um processo de impeachment.

Após a anulação da eleição presidencial em dezembro do ano passado, Iohannis estendeu sua permanência no cargo interinamente, já que seu mandato expirou em 21 de dezembro.

Essa situação recebeu o respaldo do Tribunal Constitucional, que decidiu que o presidente em exercício deveria continuar no cargo até que seu sucessor tomasse posse.

No entanto, a permanência de Iohannis no cargo, cuja renúncia entrará em vigor nesta quarta-feira (12), tem sido questionada pela oposição de direita, que pediu sua destituição.

O processo de impeachment, se aprovado pelo Parlamento, teria que ser ratificado em um referendo que, dado o momento, poderia coincidir com as eleições presidenciais marcadas para 4 de maio.

“Tudo isso teria consequências internamente e, infelizmente, também externamente. Não haveria mais debate sobre as próximas eleições presidenciais. Não haveria discussão sobre como a Romênia está avançando”, declarou Iohannis, o primeiro presidente a renunciar no país de 19 milhões de habitantes.

Iohannis classificou o processo de impeachment contra ele como “totalmente desnecessário”, argumentando que teria deixado o cargo em poucos meses de qualquer maneira e que nunca havia violado a Constituição.

Nesse sentido, disse que renunciar foi a melhor decisão para evitar uma grande crise política.

“Nenhum dos nossos parceiros entenderia por que a Romênia está destituindo seu presidente. Nós seríamos efetivamente o motivo de chacota do mundo”, afirmou Iohannis em uma declaração televisionada.

De acordo com a Constituição romena, a presidência interina será ocupada pelo atual presidente do Senado, Ilie Bolojan, do governamental Partido Liberal Nacional (PNL, de centro-direita), que assumirá a liderança do Estado até as eleições presidenciais em maio.

A oposição de direita nacionalista, como a Aliança para a União dos Romenos (AUR), o segundo partido mais votado nas eleições legislativas de 1º de dezembro, considerou como uma vitória a renúncia de Iohannis, um político liberal com uma posição clara a favor da direção euro-atlântica do país.

O governo, formado por conservadores, sociais-democratas e liberais, considera que o processo de impeachment teve natureza política e não teve fundamento.

A crise política na Romênia foi desencadeada pela anulação das eleições presidenciais, uma decisão tomada pelo Tribunal Constitucional depois que os serviços de inteligência detectaram sinais de interferência externa durante a campanha eleitoral.

No primeiro turno da votação, o vencedor inesperado foi Calin Georgescu, um candidato pró-Rússia praticamente desconhecido que ganhou enorme apoio graças ao TikTok e que afirmou não ter gasto um único centavo em sua campanha.

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