Os torcedores do Flamengo contam os dias para ter outra estrela desembarcando na Gávea. Como a ESPN reportou no início de fevereiro, Jorginho, meio-campista do Arsenal, será reforço do Rubro-Negro para a disputa do Mundial de Clubes da Fifa, nos Estados Unidos.
Um dos alvos do clube, o brasileiro naturalizado italiano tem acordo com o time do Rio de Janeiro, mas permanecerá em Londres até o final da temporada europeia, quando expira o contrato atual. Depois disso, Jorginho chegará em definitivo.
Aos 33 anos, o jogador está perto de viver a primeira experiência como atleta profissional no Brasil. Natural de Santa Catarina, o volante deixou o país ainda nas categorias de base para atuar no Hellas Verona, em 2008.
Em entrevista à ESPN, o meio-campista admite ainda que tem “curiosidade” em jogar futebol no Brasil, mas garante que não ter entrado em campo como profissional no país não pesou para que pudesse ter sucesso na Europa.
“Não acredito que tenha me faltado. Mas eu tenho a curiosidade, hoje, de saber como é, de vivenciar isso. Mas para o meu crescimento, não fez falta a questão de jogar no profissional”, afirmou Jorginho.
“O que me ajudou foi questão de quando eu era criança, para o meu crescimento. No Brasil é outra coisa. Jogava de pé descalço na rua, na praia. Acredito que tenha me ajudado bastante no crescimento do contato com a bola”.
Mesmo sem ter atuado profissionalmente no Brasil, Jorginho conhece intimamente a tradição e o peso do futebol no país.
E entre tantas peculiaridades, a obsessão das equipes que podem enfrentar rivais europeus no Mundial de Clubes.
“Incrível como é algo muito mais sentido no Brasil”, disse Jorginho, que enfrentou o Palmeiras em 2022, ainda defendendo o Chelsea. Na final, vitória por 2 a 1 em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos.
“A gente viu os vídeos do Palmeiras saindo do Brasil, do ônibus e tudo mais. Foi algo que o treinador, o Thomas [Tuchel], quis deixar bem claro para mostrar a importância que era para o futebol brasileiro aquela competição, e para que a gente não chegasse desmerecendo a competição, que não desse a devida importância e entrasse em campo com menos motivação que o adversário”.
“Lembro bem dessa ênfase, da diferença da importância para a torcida. Acredito que aquela foi uma preparação muito boa para o jogo, mostrando a devida importância para os jogadores, que para nós brasileiros já era muito importante”.
O placar apertado, inclusive, faz jus à dificuldade que o time de Londres teve para derrotar o Verdão, conquistando a vitória apenas na prorrogação e com um pênalti convertido por Kai Havertz.
Questionado sobre ter ficado surpreso com a forma como o Palmeiras atuou diante do Chelsea no Mundial, Jorginho negou, e destacou a qualidade tática da equipe comandada por Abel Ferreira.
“Não me surpreendeu. Já tinha visto e esperava que seria difícil. Talvez tenha me surpreendido taticamente como eles foram bem. Taticamente me surpreendeu um pouco. Mas em questão de qualidade e de dificuldade de jogo, não me surpreendeu”.
Com 193 jogos, o meio-campista está próximo de se tornar o 2º italiano com mais partidas disputadas na Premier League, posto ocupado atualmente pelo zagueiro Angelo Ogbonna, do Watford, com 201.
“Isso significa demais. Vamos ser realistas. Eu venho de uma cidade tão pequenininha. O meu sonho era apenas virar jogador de futebol, né? Acabei tendo uma carreira como eu tive, com muitas alegrias para a minha família, meus amigos. Atingir esse marco é algo realmente muito gratificante e que dá orgulho. Tenho certeza que a minha família também tem muito orgulho. É algo muito prazeroso e gratificante”.
Mas ainda é possível alcançar a 1ª posição e superar os 229 jogos na liga inglesa disputados por Gianfranco Zola?
“A questão de virar o primeiro, essa é uma pergunta que a gente tem que deixar em aberto por enquanto (risadas). Vamos ver”.