O presidente do Cuiabá, Cristiano Dresch, voltou a se revoltar com o Corinthians pela negociação envolvendo o volante Raniele, ocorrida no ano passado.
Após levar sucessivos calotes, o clube do Mato Grosso levou a questão à CNRD (Câmara Nacional de Resolução de Disputas), órgão de CBF (Confederação Brasileira de Futebol) que serve para mediar questões do tipo.
Em decisão divulgada na última quinta-feira (17), a Câmera aprovou o plano apresentado pelo Timão para quitar dívidas com clubes e atletas em 24 parcelas trimestrais, algo que deixou o Dourado extremamente insatisfeito.
Maior credor do Corinthians, com R$ 18 milhões a receber, o time do Centro-Oeste agora verá os paulistas quitarem o valor devido apenas em 2031, o que fez Dresch disparar críticas.
“A nossa indignação é que o valor que temos a receber, que é de R$ 18 milhões, vai ser dividido em 24 parcelas trimestrais, descumprindo todo o acordo que havia sido feito inicialmente com o Corinthians”, bradou.
“O jogador comprado por eles em 2024 [Raniele] vai ter terminado de pagar somente em 2031, sem juros. Isso não existe”, reclamou.
“Esse valor total é irrisório perto do que o Corinthians fatura e continua contratando, complementou.
A contratação de Raniele aconteceu em janeiro de 2024. Desde então, o time do Parque São Jorge se comprometeu diversas vezes em parcelar o valor, algo que não aconteceu dentro dos prazos estipulados pelo Cuiabá. Com isso, o Dourado entrou com pedido na CNRD para tentar receber o que havia sido estipulado anteriormente.
Decepcionado com a aprovação do plano de divisão em 24 parcelas trimestrais, Cristiano Dresch pediu inclusive que outras equipes evitem negociar com o Corinthians.
“O apelo que eu faço é que, hoje, não negociem com o Corinthians. A decisão que tomamos conhecimento nesta quinta-feira é de muita indignação, pois esperávamos que a CNRD, que é um órgão independente da CBF, agisse com neutralidade, e o que vemos é justamente o contrário”, afirmou.
No total, as dívidas corintianas somam mais de R$ 76 milhões, além da correção da inflação. Segundo clubes e jogadores que têm dinheiro a receber, isso é “um convite ao calote”.
“O plano será corrigido apenas pela inflação, sem nada de juros. Já disse isso e repito, essa decisão da CNRD é um convite ao calote, pois continuará fazendo com que os clubes menores sejam sempre prejudicados”, finalizou Dresch.