Yoleisy Oviedo Rodríguez, uma mulher presa pelo regime comunista de Cuba por ter protestado em 2022 contra os apagões que atingem a ilha, morreu nesta terça-feira (11) enquanto cumpria pena no presídio para mulheres “El Guatao”, que fica localizado em Havana.
Aos 42 anos, mãe de dois filhos, Oviedo Rodríguez cumpria uma sentença de cinco anos por ter participado da manifestação pacífica contra a crise energética que atingia naquele ano o município de Güines, localizado na província cubana de Mayabeque.
Segundo relatos de ativistas e organizações de direitos humanos publicados nesta quarta-feira (12), Oviedo Rodríguez vinha sofrendo problemas de saúde dentro do presídio e não recebeu atendimento médico adequado.
“Yoleisy já levava tempo tendo problemas de saúde e, como é comum nas masmorras castristas, jamais lhe deram atenção médica. Na manhã de ontem (11 de fevereiro), Yoleisy faleceu, melhor dizendo, foi assassinada pela ditadura castrista”, denunciou no X o ativista cubano Marcel Valdés, refugiado na Flórida.
Outro ativista cubano, Alejandro Garlobo, denunciou em suas redes sociais que a família foi informada sobre sua morte e tentou retirar o corpo, mas teve que esperar horas para que ele fosse liberado.
A morte de Oviedo Rodríguez ocorre em meio a um aumento nas denúncias de violações de direitos humanos dentro das prisões cubanas. Organizações como Cubalex e o Centro de Documentação de Prisões Cubanas vêm denunciando a situação alarmante nos presídios do país, onde presos políticos são submetidos a condições desumanas, trabalho forçado, desnutrição e tortura.
“Yoleisy deixou dois filhos, um menino e uma menina. A ditadura castrista está eliminando os presos políticos, submetendo-os a campos de concentração onde estão sendo lentamente mortos pela fome, falta de atendimento médico e outras torturas”, destacou Valdés em sua publicação.
A ONG Centro de Documentação de Prisões Cubanas (CDPC) se pronunciou no X sobre a morte de Oviedo Rodríguez, apontando que sua prisão foi resultado da repressão sistemática contra cidadãos que se manifestam pacificamente contra o regime comunista.
“Seu único ‘delito’ foi alçar a voz em uma manifestação pacífica ocorrida em Güines (Mayabeque) em outubro de 2022”, denunciou a organização”, disse a ONG.
O CDPC ressaltou ainda a situação vivida por mulheres presas políticas em Cuba, que são submetidas a condições precárias, maus-tratos e falta de assistência médica.
“Embora desconheçamos as causas da morte, sabemos que as mulheres privadas de liberdade em Cuba enfrentam condições inumanas: torturas, trabalho forçado e negação de atendimento médico”, afirmou.
A ONG destacou o impacto da repressão política sobre as famílias dos presos, especialmente quando se trata de mães encarceradas.
“Os efeitos da detenção de mulheres mães não terminam nelas. Filhos e filhas muitas vezes ficam sem proteção real, vítimas de uma política de castigo e crueldade extrema. Yoleisy era mãe de uma adolescente de 12 anos no momento de sua detenção. A separação agora será definitiva”, acrescentou o CDPC.