O presidente da Argentina, Javier Milei, pediu nesta sexta-feira (28) ao governador da província de Buenos Aires, o peronista Axel Kicillof, que renuncie para que o governo nacional possa intervir e “pôr fim à violência” na região.
“Considerando que a província é um banho de sangue e que nossa visão de como lidar com o problema é tão diferente e que o senhor claramente não consegue resolvê-lo (se não conseguiu administrar um bar, quanto mais uma província), considerando que o senhor está admitindo seu fracasso, se estiver interessado no bem estar do povo de Buenos Aires, saia do caminho (ou seja, renuncie) e deixe-nos intervir na província. Em um ano, vamos acabar com a violência”, escreveu o mandatário em mensagem ao líder peronista publicada em sua conta na rede social X.
“Nós cuidaremos disso, governador. Veja se você está mais interessado no bem estar do povo de Buenos Aires ou em seus interesses políticos pessoais”, acrescentou.
Na publicação, intitulada “Banho de sangue na PBA (província de Buenos Aires) e a incompetência de Kicillof”, Milei disse que eles não podem trabalhar juntos para acabar com a insegurança na província porque o governador “acredita que os criminosos são as vítimas”, enquanto o governo considera que “os criminosos são os bandidos e quem faz isso paga por isso”.
As observações do presidente foram feitas em resposta ao pedido de Kicillof, na quinta-feira, de trabalhar em conjunto com o governo nacional para resolver os problemas de segurança, em entrevista coletiva após o assassinato de uma menina de sete anos, que morreu na terça-feira durante um assalto na capital da província, La Plata.
“Eu o convido ou estou disposto a ir, onde o senhor disser para ir, para trabalhar seriamente com nossa equipe na questão da segurança para ver se podemos, diante de uma situação que está piorando, dar ao nosso povo um pouco mais de paz de espírito e calma”, declarou Kicillof.
“Sou responsável por 17 milhões e meio de pessoas em Buenos Aires. Eu assumo isso, mostro meu rosto, estou caminhando. Espero o mesmo do Presidente da Nação. Não nos Estados Unidos, mas aqui, trabalhando pela segurança da Argentina”, disse o governador na coletiva.
Ele também pediu que o governo reembolsasse 750 bilhões de pesos pertencentes ao Fundo de Fortalecimento Fiscal, que foi cortado no orçamento após a posse de Milei.
“Com menos recursos, é mais difícil”, alegou o governador, um dos principais líderes da oposição.
A província de Buenos Aires, que abriga quase metade da população do país, tem sido, há anos, uma das mais violentas da Argentina.
Embora os dados de 2024 ainda não estejam disponíveis, o último relatório oficial do Ministério Público (MP) da província sobre homicídios revelou que os assassinatos aumentaram 13,5% em 2023 em comparação com 2022.