O regime de Nicolás Maduro na Venezuela tem intensificado dia após dia a pressão sobre os opositores venezuelanos que estão asilados na Embaixada da Argentina em Caracas, que está sob custódia do Brasil após diplomatas argentinos terem sido expulsos.
Omar González Moreno, ex-deputado e um dos refugiados na sede diplomática, denunciou nesta sexta-feira (24) que a ditadura chavista bloqueou a entrada de alimentos e até mesmo de medicamentos vitais no local. A situação coloca em risco a vida dos perseguidos, que estão refugiados para tentar escapar das acusações injustas de “conspiração e traição à pátria”.
“Está totalmente descartado que nos entreguemos ao regime de Maduro”, afirmou González Moreno em entrevista à mídia local. O opositor descreveu a embaixada como uma das “piores prisões do mundo” e ressaltou que os asilados estão sofrendo com a falta dos itens básicos, como água e eletricidade.
“Nossa única ação é buscar um caminho para a liberdade do nosso país”, disse González Moreno.
A embaixada argentina em Caracas tem sido intensamente vigiada de perto por forças policiais chavistas e a ditadura venezuelana começou a impor restrições ao envio de suprimentos desde quando o Brasil passou a se responsabilizar pelo local, logo após os diplomatas argentinos serem expulsos.
González revelou que a proibição de medicamentos nesta semana agravou a situação.
“Hoje foi proibido o acesso a medicamentos vitais para tratar doenças cardíacas”, escreveu ele nas redes sociais.
Entre os refugiados na embaixada estão também Magalli Meda, Pedro Urruchurtu, Claudia Macero e Humberto Villalobos, colaboradores do partido Vente Venezuela, liderado pela opositora María Corina Machado. Eles se refugiaram no local há 10 meses, após a ditadura chavista acusá-los de crimes políticos, no contexto de intensificação da perseguição contra figuras da oposição.
Em sua participação no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, o presidente da Argentina, Javier Milei, se posicionou firmemente a favor dos asilados.
“Vamos seguir trabalhando fortemente para que sejam liberados e para que esse regime opressor socialista, como todo regime socialista, os liberte”, disse o presidente.