No encontro com os novos presidentes, Lula irá parabenizá-los e já começar a estreitar a relação que, durante a gestão anterior principalmente da Câmara, teve momentos de tensão e de cobranças para o governo conseguir passar as pautas consideradas prioritárias.
Nos discursos de posse no sábado (1º), Motta e Alcolumbre foram reticentes em cravar como será a relação com o planalto, mas sinalizaram que devem manter a política adotada pelos presidentes anteriores, como Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Depois, à tarde, os dois presidentes abrem oficialmente o ano Legislativo com novos discursos em uma sessão conjunta do Congresso, às 16h. Lula não comparecerá a esta nova sessão, e enviará os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Fernando Haddad (Fazenda) para representar o governo e entregar a tradicional “mensagem do Executivo”, em que faz um balanço do último ano e os projetos prioritários para este novo mandato – no caso, o que coincide com o segundo biênio desta terceira gestão petista.
Durante o fim de semana, o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais), afirmou que as prioridades para este ano serão as propostas para incentivar o investimento e o empreendedorismo e o novo Plano Nacional de Educação (PNE).
Também se espera que o Congresso discuta a proposta de Lula para isentar do Imposto de Renda os brasileiros que ganham até R$ 5 mil.
“Eu acho que são dois presidentes, em sendo eleitos, que podem imediatamente dialogar com o governo. É necessário, logo na segunda-feira, receber os dois presidentes em separado e tocar a vida. O país precisa dessa harmonia entre Executivo e Legislativo”, emendou o deputado José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara.
Outro assunto que deve passar pelo Congresso neste ano é a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, que será pauta de uma reunião de Motta com os líderes partidários nos próximos dias.
“Esse tema é o que mais divide a Casa hoje. Temos um PL que defende a votação da anistia para os presos do 8 de janeiro, enquanto o PT defende que o assunto não seja votado. A pauta é decidida pelo presidente, com participação dos líderes”, disse ressaltando que vai conduzir “com a maior imparcialidade possível”.
Motta ainda pontuou que “pautas ideológicas” não estão na “prioridade do dia” neste momento.
“Essa ideia quase nunca terá seguimento, e nós deixamos de discutir uma pauta que poderia, por exemplo, mudar a vida das pessoas, como a de distribuição de renda e geração de emprego, ou discutir aquilo que verdadeiramente o Brasil precisa”, completou em uma coletiva neste final de semana.