De acordo com informações da Folha de São Paulo, o petista também estaria considerando levar o deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) para o ministério. A princípio, a ideia seria colocá-lo na Secretaria-Geral da Presidência, no lugar de Márcio Macêdo (PT). Essa vaga tinha sido reservada para Gleisi.
Boulos, que foi candidato à Prefeitura de São Paulo em 2024 com o apoio ostensivo de Lula, além de figurar como líder mais conhecido do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), serviria de interlocutor entre o Palácio do Planalto e os movimentos sociais.
Sob a influência de Lula, o PT abriu mão de uma candidatura própria em São Paulo para apoiar Boulos, que chegou ao segundo turno, mas acabou derrotado por Ricardo Nunes (MDB), reeleito com o apoio de Jair Bolsonaro (PL) e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Ainda conforme a Folha de São Paulo, outro nome cogitado para a Secretaria-Geral seria o de Marco Aurélio Carvalho, coordenador do grupo de advogados Prerrogativas. Ele, alinhado ao governo, fez parte da defesa de Lula nos processos da Lava-Jato.
Reforço ao PSOL no governo poderia evitar afastamento, dizem analistas
O PSOL já tem representação na Esplanada dos Ministérios com Sônia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas. Analistas, tanto independentes quanto governistas, veem a ampliação da participação do partido no governo como um desperdício, dado seu impacto limitado no Congresso.
Por outro lado, a inclusão de Boulos no ministério poderia ser uma estratégia de Lula para conter críticos dentro de sua própria base, incluindo alguns setores da esquerda que defendem um afastamento do governo. Nos bastidores, circula a informação de que Boulos está sendo pressionado a se filiar ao PT, para ajudar a renovar as lideranças.
A mudança na Secretaria-Geral da Presidência é uma das primeiras sugestões da reforma ministerial, que já era esperada, mas que só começou a ser implementada nas últimas semanas. As primeiras trocas foram a saída de Nísia Trindade do Ministério da Saúde, substituída por Alexandre Padilha (PT), que estava nas Relações Institucionais, pasta agora assumida por Gleisi.
Essas mudanças revelam a disposição de Lula em não ceder espaço aos partidos do centrão, preferindo manter o PT em destaque e cercar-se de pessoas de sua confiança absoluta. As alterações ocorrem no momento em que o presidente enfrenta os sus piores índices de aprovação em seus 10 anos à frente da Presidência, conspirando contra seu projeto de reeleição em 2026.