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Lira cobra Lula por reforma ministerial e diz que precisa melhorar a articulação

De saída da presidência da Câmara dos Deputados, mas ainda com muita influência entre seus pares, Arthur Lira (PP-AL) não poupou críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e cobrou por uma reforma ministerial que atenda melhor aos demais parlamentares.

Lira deixará o comando da Câmara neste sábado (1º) com a muito provável eleição de seu candidato, Hugo Motta (Republicanos-PB), com uma ampla margem de votos acima do necessário. Ele conseguiu articular uma aliança com 17 partidos que vão do PT e da base governista, passam pelo centrão e vão até a oposição – o PL, principalmente.

“É fato que é necessária uma reforma ministerial. As nomeações originais da Esplanada foram feitas no calor da PEC da Transição. Ainda acho que o Senado ficou mais prestigiado que a Câmara e, no final, a Câmara votou mais fácil com o governo do que o Senado”, disse o deputado em entrevista ao jornal O Globo publicada nesta sexta (31).

Arthur Lira foi incisivo ao mandar o recado de que o governo “deve ajustar isso, se entender que é a maneira de conseguir apoios”. Para ele, existem partidos que estão menos representados na Esplanada, mas que dão mais votos, sem citar quais seriam eles.

“Deve haver arrumação de baixo para cima. Só em cima, não salvará, não resolverá. O Lula é um animal político muito experiente, mas não pode estar na linha de batalha. Tem que ter gente brigando”, emendou pontuando o que seria uma falta de articulação entre o Palácio do Planalto e a Câmara.

Lira rompeu relações com o ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, responsável pela articulação entre o Poder Executivo e o Legislativo, ainda em meados do primeiro biênio de governo. O próprio presidente Lula, o ministro Fernando Haddad (Fazenda) e os líderes partidários tiveram de entrar em campo para melhorar a conversa em torno de projetos prioritários para o Planalto.

Para ele, a arrumação “do primeiro andar” já está sendo feita, que são as medidas econômicas. No entanto, falta uma melhora na “credibilidade política”.

“O governo está com deficit, com dificuldades no Parlamento, na relação institucional. É preciso solucionar”, pontuou emendando que “há um desencontro do governo com o próprio governo, entre áreas do governo. Não há uma sintonia”.

Isso soou como um recado somado ao de Lira de que Lula precisará mais do centrão do que antes. Não à toa, há a expectativa do presidente ampliar a presença destes partidos na próxima reforma ministerial, que deve começar a ser desenhada na semana que vem após a eleição do novo presidente da Câmara.

Embora negue que pretenda trocar ministros com vistas ao segundo biênio do governo e à base para a tentativa de reeleição de 2026, Lula já avisou aos auxiliares que iria conversar com cada um deles sobre a participação dos seus partidos. Entre eles o PSD, que conquistou a maior quantidade de prefeituras nas eleições municipais do ano passado e deve ganhar mais espaço na Esplanada além dos três ministérios que já ocupa.

Há, ainda, a expectativa de que Lira seja nomeado para alguma pasta para se manter em evidência após o fim do mandato na Câmara. Ele, no entanto, negou que haja algum convite no momento.

“Eu não falo sobre conjecturas. O ‘se’ não existe. Nunca tive conversas com Lula sobre ministério, nem com nenhum membro do governo. Não tenho respostas para algo que nunca foi conversado. Minha obrigação é deixar a presidência com a cabeça erguida, com a sensação de dever cumprido”, completou.

O redesenho da Esplanada também deve abrir espaço para o atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que deixa o cargo neste final de semana. Ele é um dos mais cotados para disputar o governo do estado de Minas Gerais nas eleições do ano que vem, e já ganhou o apoio explícito de Lula.

República

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