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Leila sugere saída do Brasil da Conmebol após caso de racismo com Luighi

A presidente Leila Pereira sugeriu que os clubes brasileiros deixam a Conmebol e se filiem à Concacaf após a punição aplicada pela entidade sul-americana ao Cerro Porteño pelo caso de racismo sofrido pelo atacante Luighi na última semana, na CONMEBOL Libertadores sub-20.

A mandatária não concordou com a multa no valor de 50 mil dólares (cerca de R$ 290 mil) dada pela Conmebol ao clube paraguaio.

”Já que a Conmebol não consegue coibir esse tipo de crime [racismo], não consegue tratar os brasileiros com o tamanho que os clubes representam à Conmebol, por que não pensar em nos filiarmos à Concacaf? Só assim vão respeitar o futebol brasileiro. É uma coisa a se pensar”, disparou em entrevista à TNT Sports.

Leila contou que vai se reunir com representantes de clubes brasileiros na próxima quarta-feira na sede da CBF para debater sobre o assunto.

”Tenho uma reunião quarta-feira na CBF, vou conversar com os clubes brasileiros que vão estar lá e com o Ednaldo. É uma semente a se plantar. Se não somos respeitados aqui na América do Sul, por que não ir à Concacaf? Com certeza, financeiramente seria melhor para os clubes brasileiros. Poderíamos pensar seriamente sobre isso”, completou.

Sem esconder sua indignação, Leila chamou a penalidade dada ao Cerro Porteño de ”vergonha”.

”A gente tinha que esquecer aquela cena que não só eu vi, mas o mundo inteiro viu. Não tenho dúvidas que todos ficaram comovidos com aquele menino de 18 anos ter aquela coragem de mostrar toda a sua dor na frente das câmeras. Você via na fisionomia dele aquela dor. As lágrimas do Luighi não serão em vão. Nós vamos lutar. A penalidade que a Conmebol determinou foi ridícula!”, reclamou à Cazé TV.

”Vocês sabem que para atrasos em inícios de jogos é multa de 100 mil dólares. Por sinalizador são 78 mil dólares. Vocês vejam como a Conmebol trata esse clima de racismo. Eu achei uma vergonha! Tanto que nós já direcionamos uma carta para a Fifa que isso não vai ficar assim, pedindo para que a Fifa intervenha nesse caso”, seguiu.

A carta citada por Leila, que foi enviada à Fifa, contou com as adesões das duas ligas de clubes do futebol nacional (Libra e LFU). No documento, o Alviverde solicita a intervenção da entidade que rege o futebol no combate aos crimes de discriminação racial que vêm sendo cometidos nas competições da América do Sul.

”A maioria dos clubes brasileiros sofre com racismo na América do Sul. Nós não podemos deixar! O Palmeiras não vai se aquietar com isso em hipótese nenhuma! Vamos até a última instância! A Conmebol precisa tratar esse clima de racismo com a seriedade que convém, como nós tratamos aqui no Brasil onde as leis são muito severas. Engraçado que os 50 mil dólares vai para a própria Conmebol e não para a vítima! O valor é ridículo e mesmo esse valor ridículo vai para os bolsos da Conmebol. Isso é ridículo!”, desabafou.

”Eu concordo quando o torcedor me cobra: ‘Leila tem que parar com notinhas’. Mas às vezes eu me sinto impotente, com toda a sinceridade. Você não consegue mudar a mentalidade se os órgãos… não vou nem dizer da CBF, porque o presidente Ednaldo ele é muito rigoroso com crime de racismo. O grande problema é a Conmebol, que ainda não se atentou que isso é gravíssimo. O Palmeiras vai pegar pesado. Já que não se resolve na Conmebol, vamos resolver com a Fifa”, explicou.

Palmeiras envia carta à Fifa

O Palmeiras contou com as adesões das duas ligas de clubes do futebol nacional (Libra e LFU) e enviou nesta segunda-feira (10) uma carta à Fifa.

De acordo com fontes, o movimento conta com a participação dos principais times do país, que se uniram para pedir maior rigor nas penas aplicadas em casos de racismo.

No documento enviado à Fifa, o Verdão apresentou um longo histórico dos episódios de racismo nas competições da Conmebol, além das punições brandas aplicadas pela entidade, que, na visão palestrina, trata o problema sem a devida seriedade.

A ESPN apurou que os signatários da carta pediram que Fifa e Conmebol criem novas regulamentações para casos de racismo no futebol por meio das quais os clubes possam ser responsabilizados.

Fontes explicaram que a primeira medida seria a aplicação de multa de US$ 500 mil (R$ 2,9 milhões), que poderia ser reduzida a US$ 100 mil (R$ 580 mil) se o torcedor for identificado e punido criminalmente.

Em caso de reincidência, porém, a proposta apresentada à Fifa é que o clube punido será sumariamente eliminado da competição em que o episódio ocorreu.

www.espn.com.br – FUTEBOL

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