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Irã fortalece parceria militar e econômica com Maduro

O Irã reforçou sua parceria “estratégica” com a ditadura de Nicolás Maduro na Venezuela, após o chavista prolongar seu regime em Caracas fraudando as eleições de 2024 e desafiando as sanções internacionais impostas pelos Estados Unidos e outras nações ocidentais.

Meses depois da fraude eleitoral no país sul-americano, autoridades iranianas e venezuelanas selaram novos acordos bilaterais no âmbito militar e econômico. O marco dessa aproximação ocorreu em novembro de 2024, quando uma delegação com figuras da alta cúpula do regime iraniano visitou Caracas para participar da 10ª reunião da Comissão Conjunta de Cooperação Econômica Irã-Venezuela. O encontro contou com a presença do ministro da Defesa do Irã, Aziz Nasirzadeh, que se reuniu com o ditador Maduro e sua vice-presidente do Executivo chavista, Delcy Rodríguez.

Durante a reunião, foram assinados novos acordos, incluindo um memorando de isenção de vistos entre os dois países e um pacto para a transferência de tecnologia e treinamento em inteligência artificial (IA). Maduro exaltou o fortalecimento da parceria e chamou o Irã de uma “potência tecnológica e científica”, elogiando o que classificou como “resistência de Teerã contra pressões externas”.

Nasirzadeh, por sua vez, destacou a proximidade entre as duas nações e criticou os esforços de potências ocidentais para isolar regimes como o de Caracas e Teerã.

“Somos amigos e irmãos em um mesmo barco, navegando juntos”, declarou o ministro iraniano, enfatizando que ambos os países estão combatendo os “imperialistas”.

Acordo entre Teerã e Caracas inclui fabricação de drones na Venezuela

O encontro de novembro aprofundou a cooperação militar entre os regimes de Maduro e Khamenei. Durante as negociações realizadas na reunião, foram reforçados os laços que já vinham sendo ampliados desde 2020, quando o Irã decidiu ampliar sua influência sobre Caracas.

Um dos pontos mais destacados da parceria entre os dois países é a presença iraniana na Base Aérea El Libertador, onde já opera uma fábrica de drones. A instalação, segundo informações da mídia internacional, treina militares venezuelanos no uso de drones de ataque, incluindo o Mohajer-6, que possui armamento de precisão, e o Shahed-131, projetado para ataques unidirecionais.

Os drones iranianos são utilizados pela Rússia em sua guerra de invasão na Ucrânia e também por grupos terroristas do Oriente Médio.

Além do avanço militar, o regime de Maduro tem sido peça-chave na estratégia do Irã para driblar sanções internacionais. Ambos os regimes participam de um esquema de troca de ouro por petróleo, onde o Irã fornece combustível à Venezuela em troca de barras de ouro venezuelanas.

Segundo informações do portal argentino Infobae, essas transações ocorrem por meio da companhia aérea iraniana Mahan Air, que mantém voos diretos entre Caracas e Teerã. O ouro venezuelano é transportado ao Irã e, posteriormente, revendido, de forma irregular, em mercados como a Turquia e outros países do Oriente Médio. Segundo relatórios de inteligência, esse esquema gera recursos financeiros que podem estar sendo direcionados ao financiamento da Força Quds, unidade de elite da Guarda Revolucionária do Irã, considerada organização terrorista por diversos países e que financia e treina grupos como o Hezbollah e o Hamas.

Maduro oferece asilo para líderes iranianos

Outro ponto tratado no encontro de novembro foi o fortalecimento da aliança política entre os dois regimes. Segundo o Infobae, em 2022, altos funcionários do regime iraniano receberam garantias de asilo na Venezuela caso enfrentem uma crise interna em Teerã.

Naquele ano, uma delegação do gabinete do aiatolá Ali Khamenei visitou a Venezuela e recebeu a confirmação por parte de Maduro de que seus membros e familiares poderiam se refugiar no país sul-americano em caso de uma crise incontrolável no Irã.

O embaixador iraniano em Caracas, Hojat Soltani, tem sido o principal articulador da influência de Teerã na Venezuela. Segundo fontes diplomáticas, ele coordena operações em setores estratégicos como petróleo, defesa, tecnologia e comunicações. Foi ele quem organizou os detalhes da reunião de novembro, garantindo que as negociações entre Nasirzadeh e o regime chavista ocorressem sem contratempos.

O crescimento da presença militar iraniana em território venezuelano, somado às operações financeiras suspeitas, tem representado um desafio para os esforços de contenção da influência do regime islâmico no Ocidente.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou na semana passada um decreto reforçando sua política de “pressão máxima” contra Teerã, com o objetivo de desmantelar completamente os esquemas de comércio internacional que ainda sustentam o Irã e seus aliados. A nova medida visa bloquear transações financeiras ilícitas, endurecer sanções contra empresas que negociam com Teerã e cortar as fontes de financiamento da Guarda Revolucionária e da Força Quds, intensificando o cerco econômico e diplomático contra a ditadura iraniana.

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