O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que calcula a inflação oficial do país, fechou o mês de janeiro com uma alta de 0,16% de acordo com dados do IBGE divulgados nesta terça (11). O indicador é o menor para um mês de janeiro desde a implantação do Plano Real, em 1994.
Segundo o IBGE, a alta do índice foi provocada principalmente pelos transportes (1,3%), com destaque para a disparada das passagens aéreas (10,42%), e pela alimentação (0,96%), com a alimentação em casa pesando mais no bolso dos brasileiros (1,07%).
No entanto, o avanço foi segurado pela queda de 3,08% na habitação, com a redução de 14,21% no preço da energia elétrica residencial pela incorporação do bônus de Itaipu, creditado nas faturas neste mês.
O índice de janeiro foi menor que o registrado em dezembro (0,52%), mas acumula uma alta de 4,83% em 12 meses, estourando o teto da meta de inflação de 4,5%.
Nos demais segmentos pesquisados pelo IBGE, também foram registrados aumentos de preços em saúde e cuidados pessoais (0,7%), despesas pessoais (0,51%) e educação (0,26%).
Para o economista Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, o IPCA de janeiro veio conforme o esperado pelo mercado financeiro. No entanto, há a expectativa de um índice maior em fevereiro, o que pode influenciar diretamente na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, em março.
“Para fevereiro, a expectativa é de uma inflação mais elevada, possivelmente acima de 1%, girando em torno de 1,33% a 1,35% no momento. Diante desse cenário, considero pouco provável que o Banco Central interrompa o ciclo de cortes na Selic em 14,25% (atualmente está em 13,25%). A inflação deve continuar apresentando níveis elevados nos próximos meses, tornando o resultado de janeiro uma exceção dentro de um quadro mais pressionado para o BC”, pontuou.