Com índices de popularidade despencando, pressionado pela inflação dos alimentos, e sem vontade de reduzir gastos, o presidente Lula começa a ouvir apelos mais frequentes de esquerdistas radicais entoando coros por intervenção no mercado e taxação das exportações.
Os intervencionistas querem que o Brasil copie a Argentina da era kirchnerista. Com imposição de taxas e cotas às exportações de carne e grãos. Sob a justificativa de que isso poderia baratear o preço dos alimentos no mercado doméstico. A fórmula é desastrosa, como já ficou demonstrado na experiência do país vizinho. Por lá, em vez de baixar, o preço dos alimentos e a inflação dispararam. Afinal, quem vai investir em produção se o governo, além de se apropriar de boa parte dos lucros, ainda bloqueia o acesso a outros mercados?
Em vez de fazer ajuste fiscal e cortar despesas, a visão “esfomeada” petista só pensa em aumentar a arrecadação. Como se fosse possível, por decreto, mandar tirar 200 litros de leite de uma vaca holandesa, ou que cada boi seja obrigado a fornecer três picanhas ao açougueiro.
Taxar as exportações: política atrasou a Argentina
O agro brasileiro cresceu o dobro do ritmo argentino nas últimas duas décadas.
O fator mais determinante para o atraso portenho, concluíram os pesquisadores, se deve justamente à insistente política de controle de câmbio e restrição às exportações de alimentos por meio de cotas e taxas. Não é difícil constatar que qualquer agricultor ou pecuarista fica desestimulado a investir para aumentar a produção, sabendo que, na hora de comercializar, será forçado a vender somente para quem o governo deixa, a preços controlados e altas taxas.
O exemplo argentino é um clássico dos danos que o controle estatal pode causar às exportações agropecuárias. Poucos países consumiam tanta carne vermelha como a Argentina. Mas, em função dessas políticas intervencionistas, o consumo per capita caiu na era kirchnerista de 68 kg para 41 kg. Desestimulados, os pecuaristas liquidaram o rebanho. O consumo caiu, a indústria quebrou, perderam-se impostos e desapareceram os investimentos. E ainda há os que defendem a taxação das exportações agropecuárias. Em vez de alimentos de sobra, teremos prateleiras vazias.