Colheita recorde tem qualidade recorde dos principais corredores do agro; investimento do Ministério dos Transportes em 2025 vai alcançar R$ 4,5 bilhões
A maior colheita de grãos da história do Brasil será escoada por rodovias e portos que nunca foram tão bons como agora. Nesta quarta (5), os ministros dos Transportes, Renan Filho, da Agricultura, Carlos Fávaro, e dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, participaram de cerimônia de lançamento do Plano de Escoamento da Safra 2025.
O plano, que integra o Novo PAC, prevê investimentos robustos para garantir que a produção agrícola brasileira em 2025, estimada em 322,47 milhões de toneladas, seja transportada com mais eficiência e menor custo, fortalecendo a competitividade do agronegócio nacional. Essa estimativa representa um aumento de 8,3% da produção, comparada à safra anterior.
Já em 2024, os corredores do agro receberam do Ministério dos Transportes investimento maciço: foram R$3,6 bilhões em melhorias nas rotas por onde passaram cerca de 298 milhões de toneladas de alimentos como arroz, feijão, soja e milho, destacou o ministro Renan Filho. Segundo ele, o comércio interno e externo é amparado pelo aperfeiçoamento contínuo da infraestrutura.
“O Brasil cresce em exportação porque tem infraestrutura de qualidade. E esse é um desafio nosso, porque a safra vai aumentar ainda mais”, afirmou Renan Filho. Para garantir um escoamento eficiente e seguro dessa safra, o ministério investe “pesado”, segundo o ministro: R$4,5 bilhões devem ser aplicados para reduzir os custos logísticos e fortalecer a competitividade do Brasil no mercado agrícola internacional. Para se ter uma ideia, em 2022, último ano do governo anterior, o investimento foi de apenas R$1,98 bilhões.
Integradas ao Novo PAC, as principais obras de recuperação e melhoria das rodovias federais estarão concentradas em dois eixos estratégicos: o Arco Norte e o Corredor Sul e Sudeste, fundamentais para a logística do agronegócio brasileiro. “O centro gravitacional da produção agrícola mudou, saiu do Sul e migrou para o Mato Grosso, a infraestrutura precisou toda ser deslocada”, comentou o ministro dos Transportes.
O ministro de Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, reforçou a importância da iniciativa para o escoamento da safra. “A gente não dá a dimensão e o valor da força brasileira, da força de empresários, da produção agrícola, da infraestrutura, de construção de obra, de empresários que acreditam em concessões, empresários que acreditam no crescimento desse país e estão fazendo as coisas acontecerem. O resultado disso é o crescimento da economia, é o crescimento das oportunidades” disse.
Sílvio Costa Filho, titular de Portos e Aeroportos, também foi otimista: “Vivemos um dos melhores momentos da economia, com equilíbrio das contas públicas, retomada da confiança do mercado financeiro e a aprovação da reforma tributária no ano passado, que criará um ambiente mais favorável para novos investimentos no Brasil”, afirmou
Obras e investimentos
As rodovias que compõem o chamado Arco Norte, citadas por Renan Filho, receberão um reforço nos investimentos, que saltarão de R$2 bilhões para R$2,6 bilhões. Esses recursos serão destinados à melhoria da malha rodoviária e à conclusão de obras estruturantes.
“No governo anterior, apenas 52% das rodovias do Arco Norte eram consideradas boas, mas, desde 2023, com investimento do Governo Federal, esse cenário vem mudando: agora são 83% em boas condições e apenas 3% em estado crítico. Isso reflete o avanço na qualidade da infraestrutura rodoviária brasileira”, detalhou Renan Filho.
Já Costa Filho apresentou os projetos em andamento em sua área, com destaque para projetos voltados para a melhoria da infraestrutura logística na região Norte, incluindo:
•Implantação de um terminal de cargas no Porto-Cidade de Porto Velho (RO)
•Ampliação e modernização do Porto de Porto Velho (RO)
•Estudos e projeto para recuperação do cais flutuante do Porto de Porto Velho (RO)
•Implantação de um terminal de cargas no Porto-Cidade de Santarém (PA)
•Ampliação do terminal da Cargill Agrícola S.A. no Porto de Santarém (PA)
•Confira aqui os projetos do Ministério dos Transportes para o escoamento da safra
•Confira aqui os projetos do Ministério de Portos e Aeroportos
Transportes
Em 2024 obras importantes foram concluídas no Arco Norte, como a pavimentação da BR-226/MA (Baú – Timon) e da BR-235/BA (Remanso – Campo Alegre de Lourdes).
Para este ano outras entregas estão previstas, como, por exemplo:
•Início das operações da Transnordestina (Bela Vista/PI – Iguatu/CE)
•Travessia Urbana de Jaru, na BR-364/RO
•Ponte entre Estreito e Aguiarnópolis, na BR-226/TO/MA
•Pavimentação Cocos – Div. BA/MG na BR-135/BA
•Ponte de Xambioá/TO – São Geraldo do Araguaia/PA na BR-153/TO/PA
“Esse ano a Transnordestina vai começar a movimentar carga. No governo anterior foram 4 anos com obras paradas, mas em 2025 vai começar a transportar principalmente milho, entre o Piauí e o Ceará”, comemorou o ministro dos Transportes.
Corredor Sul/ Sudeste
Para o Corredor Sul/Sudeste, será destinado R$1,9 bilhão para a melhoria do sistema viário. Entre as principais entregas, destacam-se:
•Implantação de 9 Viadutos/Interseções na Rumo Malha Paulista e MRS
•Acesso ao Porto de Capuaba na BR-447/ES
•Duplicação de 87 km entre Cuiabá e Sinop na BR-163/MT
•Duplicação entre Navegantes e Gaspar na BR-470/SC
•Duplicação de 46 km entre Soledade e Lajeado na BR-386/RS
“O investimento nesses dois eixos permitirá avanços essenciais para a infraestrutura do Brasil. Vamos concluir obras, ampliar a fiscalização da pesagem e realizar nove leilões em corredores rodoviários estratégicos para o escoamento da safra”, destacou Renan Filho.
Leilões
Para fortalecer a infraestrutura de escoamento, o Ministério dos Transportes planeja realizar em 2025 9 leilões em corredores rodoviários estratégicos, totalizando 5.517 quilômetros de melhorias e um investimento estimado em R$91,4 bilhões. Além disso, está prevista a concessão de 1.708 quilômetros de ferrovia, com investimentos de R$99,7 bilhões, ampliando a competitividade do transporte de cargas no país.
“O Brasil realizou pouquíssimos leilões ferroviários nos últimos 40 anos e, neste ano, enfrentaremos o desafio de realizar um leilão de ferrovias e aumentaremos a participação do modal ferroviário no país. O Brasil está crescendo e estamos prontos”, concluiu Renan Filho.
Com informações dos ministérios dos Transportes e Portos e Aeroportos