A vitória do Palmeiras por 3 a 0 sobre o Cerro Porteño foi marcada por cenas lamentáveis de racismo contra atletas alviverdes na Libertadores sub-20, no Paraguai. Felipe Melo fez um longo desabafo após as ofensas sofridas por Luighi.
No seu perfil oficial no Instagram, o ex-volante pediu uma união dos atletas para exterminar o racismo no futebol. Além disso, Felipe Melo cobrou atitudes drásticas em caso de reincidência do racismo: ninguém mais jogar.
“Estou sem saber o que falar com o acontecimento com o Luighi. Confesso que fiquei muito triste, vídeo dele chorando me deixou (muito triste)… sou pai, né. Pai de atleta. Acabou com meu dia. Fiquei triste demais. Eu sei que a gente está falando do acontecido em outro país, sei que a Conmebol não vai deixar isso passar em branco, sei que eles vão fazer algo. A gente pede que isso aconteça, que sejam fortes em busca de punir o criminoso. Sei que isso vai acontecer”, disse Felipe Melo.
“Queria trazer (a discussão) para o nosso país, as grandes estrelas se uniram por causa de grama sintética x natural. Vejo que é o momento de se unir contra esse crime, o racismo. O jogador de futebol tem poder para exterminar o racismo no futebol. Então, é o momento da classe se unir mais do que nunca. Confesso, sou pai de atleta, se acontece isso no jogo, não sei o que faria. Imagina os pais do Luighi vendo o filho chorar. Cortou meu coração, estou muito triste”.
“Temos que nos unir, faço parte do mundo do futebol. Pedir para as autoridades no Brasil… o presidente da CBF tem que se manifestar, não pode ficar só no falar, tem que tomar atitude, temos que virar exemplo quanto a isso. As pessoas vêm ao Brasil e fazem isso com certeza da impunidade. É cadeia. Tem que ser preso. Os atletas, grandes estrelas, têm que se unir nesse momento. A união faz a força. Se acontecer de novo, ninguém entra em campo. Tem que se unir, não se uniram para grama natural x sintética?”, finalizou.
Além da entrevista e do choro após a partida, Luighi se manifestou nas redes sociais e disse ‘doer na alma’ todas essas ofensas raciais sofridas.
“Dói na alma. E é a mesma dor que todos os pretos sentiram ao longo da história, porque as coisas evoluem, mas nunca são 100% resolvidas. O episódio de hoje deixa cicatrizes e precisa ser encarado como é de fato: crime. Até quando? É a pergunta que espero não ser necessária ser feita em algum momento. Por enquanto, seguimos lutando”, postou o atacante.
A Conmebol publicou uma nota nas redes sociais sobre o tema e prometeu ir atrás dos criminosos. “A CONMEBOL rejeita categoricamente todo ato de racismo ou discriminação de qualquer tipo. Medidas disciplinares apropriadas serão implementadas, e outras ações estão sendo avaliadas em consulta com especialistas da área”.