Dorival Júnior balança na seleção brasileira e, como publicou a ESPN, uma reunião na próxima sexta-feira (28) definirá o futuro do treinador no cargo. Enquanto isso, o comandante da Amarelinha segue rodeado por críticas.
Em entrevista ao ESPN.com.br, o ex-zagueiro Leandro Castán, que defendeu as cores da seleção em 2012, questionou a “falta de convicção” de Dorival no comando da seleção e afirmou que o fato de o treinador não dar sequência a alguns jogadores atrapalha os próprios atletas em meio ao ciclo para a Copa do Mundo.
“Eu não queria estar na pele dos caras (jogadores da seleção) agora. É difícil saber o que está acontecendo. Você olha para os atletas, têm jogadores de altíssimo nível, mas que não encaixam. Sinceramente, eu não conheço os bastidores então não sei o que está acontecendo. Acho que falta um pouquinho mais em tudo de convicção, a gente sempre vê que tem jogador lesionado, (com) cartão, mas a gente ainda não sabe ainda qual é o time titular do Brasil”, começou por dizer.
“Talvez a gente precisa ter um pouquinho mais de convicção, e em cima da sua convicção, você dar seguimento. O Arana vai ser o lateral-esquerdo da Copa do Mundo? Então o Arana tem que jogar todos os jogos daqui para frente. O Wesley vai ser o lateral do Brasil na Copa do Mundo? Então ele precisa ser o titular, entender que é o titular e ter confiança para jogar todos os jogos. Quem vai ser a dupla de zaga? Quem vai ser o número 9? Está na hora de começar a ter essa convicção para poder dar uma tranquilidade para a rapaziada e tentar resolver internamente o que está acontecendo”, prosseguiu.
“Eu não conheço os bastidores, mas é triste ver um jogo como o de ontem (terça-feira, 25), ver a Argentina atropelando realmente a nossa seleção é muito triste. Eu ainda acredito que o Brasil pode reverter essa situação, tem jogadores de altíssimo nível, o Dorival é um cara experiente e acredito que ele mesmo possa resolver isso. Mas aí vai depender agora do que o presidente da CBF vai fazer aí, o que ele está pensando nos próximos passos. Independentemente de qualquer coisa, tanto treinador quanto o presidente, precisam ter convicção daquilo que vai ser feito. A Copa do Mundo já está aí, não tem mais tempo para errar. Eu, particularmente, continuaria com o Dorival, iria com ele. Se ele está lá agora, se ele foi contratado, então precisa ter um final do trabalho. Acredito que, quando o contrataram, o início era esse e o final a Copa do Mundo. É dar essa oportunidade para ele, não sei quem eu pensaria em trazer agora para a seleção brasileira.”
“Está na hora de (o Dorival) começar a desenhar quem que vai para a Copa já mesmo. Quem são os titulares, do jeito que vai jogar. Não tem como o Brasil não classificar, então está na hora de começar a ter essa convicção. Eu, como ex-atleta, eu sei que isso até dá tranquilidade para o jogador, às vezes o cara está querendo mostrar tanto. Eu vi a entrevista do Endrick (após a derrota para a Argentina), desesperado se não vai para a Copa. Está na hora de começar a definir isso, para os atletas também começarem a ter essa tranquilidade. Dar essa tranquilidade para quem está ali, saber quem vai jogar”, disse.
“É o jeito que eu penso, eu acho que quando o jogador tem mais certeza de estar participando daquilo, de ser o dono da posição, ele tem mais tranquilidade para poder desempenhar o futebol dele. Está na hora de começar realmente (a definir) quem vai ser o lateral-esquerdo, o zagueiro, lateral-direito, volante, começar a dar jogos para essa rapaziada para depois chegar na Copa do Mundo, que é uma competição muito difícil, para essa rapaziada estar com ‘cancha’ para poder jogar uma Copa do Mundo.”
Castán ainda afirmou que é favorável à permanência do comandante na Amarelinha, mas que, em caso de demissão, Filipe Luís, do Flamengo, seria um dos nomes indicados a ocuparem o cargo. Em relação à possibilidade de um estrangeiro treinar o Brasil, o ex-jogador se mostrou contrário.
“Tem que ser brasileiro (o técnico da seleção). Aí quem seria, não sei. Hoje, um dos melhores treinadores do Brasil é o Filipe Luís, mas eu não sei se ele aceitaria também pegar a seleção brasileira nesse momento, ele está começando a carreira dele agora. Esse é um problema para o nosso presidente da CBF, não é um problema meu (risos)”, disse, lembrando do convívio com Filipe e tecendo muitos elogios ao técnico do Flamengo.
“Eu e Filipe fomos parceiros na seleção, pegamos algumas convocações juntos. Eu falo até que joguei de lateral no lugar dele, no auge eu estava jogando de lateral no lugar dele (risos). O Filipe é uma grande pessoa, ele sempre foi um gentleman, muito educado, um cara muito inteligente, e ali no Flamengo depois, jogando contra no Vasco, eu não reparava muito nele porque eu estava gritando com a galera do meu time também, mas era um cara que só de ver dominando a bola, já sabia que era um cara diferente. Ele instruía muito o time dele também”, disse, antes de concluir.
“Estou muito feliz que o Filipe Luís está dando certo porque abre uma oportunidade para novos treinadores, e ver o Filipe Luís no Flamengo, fazendo tudo o que está fazendo também, coloca uma pressão nos ex-atletas de se prepararem também. A gente conhece, a gente estava ali no campo, mas o Filipe Luís mostra que todos nós precisamos estudar muito, não é só chegar ali e cair de paraquedas. Ele mostra que não caiu de paraquedas, está fazendo um grande trabalho. Sem dúvidas hoje é um dos melhores treinadores do futebol brasileiro.”