Data e Hora

Ex-presidentes torram R$ 9,4 milhões em 2024. Dilma lidera gastos

As despesas com seguranças e assessores dos ex-presidentes da República custaram R$ 9,42 milhões em 2024. A líder da gastança foi a ex-presidente Dilma Rousseff. Além de ser presidente do Banco dos Brics, em Xangai, ela conta com segurança no exterior paga pela Presidência da República. Foram gastos R$ 600 mil com salários, auxílio-moradia e representação no exterior (Irex). Contando com as despesas no Brasil, mais diárias e passagens para o exterior, a conta de Dilma para o contribuinte chegou a R$ 2,13 milhão.

Em segundo lugar na gastança ficou o ex-presidente Fernando Collor, com R$ 2 milhões. A maior despesa foi com viagens e passagens para seguranças e assessores no país – R$ 1 milhão. As gratificações com seguranças e assessores no país somaram mais R$ 975 mil. São servidores públicos que recebem, além do salário, uma gratificação do governo federal.

O ex-presidente Jair Bolsonaro, com o passaporte apreendido desde fevereiro de 2024, por decisão no inquérito que apurou uma tentativa de golpe de Estado, não teve despesas com passagens e diárias para o exterior em 2024. Em 2023, essas despesas de Bolsonaro somaram R$ 758 mil, sendo R$ 649 com diárias. Ele permaneceu por três meses em Miami, acompanhado de assessores e seguranças.

A gastança de Dilma

Mesmo com salário de US$ 50 mil no Banco dos Brics, Dilma manteve dois dos seus seguranças em Xangai por 133 dias, do final de março ao início de agosto de 2023. Eles receberam 264 diárias no valor de R$ 350 mil. A partir de setembro daquele ano, numa tentativa de economizar, um segurança foi lotado na embaixada brasileira na China, recebendo salário, auxílio-moradia e representação no exterior (Irex). As despesas dos assessores e seguranças de Dilma somaram R$ 1,8 milhão naquele ano.

Em 2024, o segurança de Dilma em Xangai recebeu R$ 171 mil de auxílio moradia no exterior, R$ 123 mil de representação no exterior e R$ 306 mil de remuneração básica no exterior. Mas teve ainda mais uma despesa de R$ 400 mil com diárias e passagens de seguranças e assessores que acompanharam Dilma em eventos no exterior.

Em fevereiro do ano passado, por exemplo, Dilma discursou na Cúpula Global de Governos em Dubai. Depois, seguiu para Cairo, que recebia a visita do presidente Lula. Um segurança da ex-presidente foi deslocado de Xangai, onde está lotado, para fazer a sua “segurança pessoal” em Dubai e Cairo. As diárias e passagens do segurança custaram R$ 47 mil.

Temer, o palestrante

A equipe de apoio do ex-presidente Michel Temer custou R$ 1,5 milhão no ano passado. Foram gastos R$ 455 mil com diárias e passagens para o exterior. Em março, ele foi a Dubai para fazer palestra no LIDE Brazil Conference. As diárias e passagens dos seus dois seguranças custaram R$ 132 mil. Em abril, Temer palestrou no evento LTF-Latin América Tech Forum, em Miami.

Em abril, Temer fez palestra no Fórum Jurídico Brasil de Ideias – edição Londres. A viagem de dois seguranças custou R$ 50 mil. Em maio, foi palestrante no evento LIDE Brazil Investment Fórum, em Nova YorK. Em junho, palestrou no Fórum Jurídico de Lisboa. Mais R$ 50 mil de despesas com seguranças.

As mordomias dos ex-presidentes estão previstas na Lei 7.474/1986. Eles contam com oito servidores – seguranças, motoristas e assessores – com salários pagos pela Presidência da República; diárias e passagens para esses servidores; e dois carros blindados, com combustível e manutenção. Lula manteve os benefícios até mesmo nos 580 dias em que esteve preso em Curitiba, de abril de 2018 a novembro de 2019. Só naquele período, eles custaram R$ 1,2 milhão ao contribuinte. Mas a Presidência não paga despesas pessoais dos ex-presidentes, como diárias e passagens. Eles também não recebem aposentadoria como ex-presidentes.

A despesa em quatro anos

As despesas com as equipes de apoio e segurança dos ex-presidentes somam R$ 31,8 milhões desde 2021 – os últimos quatro anos. Dilma lidera a gastança com R$ 6,75 milhões, em quatro anos, de 2021 a 2024. Collor ficou em segundo lugar, com R$ 6,48 milhões. Temer assegurou a terceira colocação, em quatro anos de mordomias, com R$ 4,88 milhões. As despesas com Sarney somaram R$ 3,87 milhões; com Fernando Henrique Cardoso, R$ 3,14 milhões.

Com apenas dois anos como ex-presidente, Bolsonaro já foi beneficiado com R$ 3,7 milhões para o pagamento de despesas com a sua equipe de apoio. Em 2021 e 2022, Lula contou com R$ 2,98 milhões para manter a sua equipe de assessores, seguranças e motoristas. Em 2023, retornou o mandato de presidente da República. As mordomias de ex-presidente foram retiradas, mas Lula poderá solicitar o retorno do pagamento quando deixar o cargo de presidente. Por enquanto, as mordomias como presidente são suficientes. Neste ano, gastou R$ 46 milhões com viagens internacionais. Em 2023, foram R$ 70 milhões.

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