O governo dos Estados Unidos disse nesta quarta-feira (5) que o Panamá concordou em não cobrar de seus navios pelo trânsito no Canal do Panamá, economizando assim “milhões de dólares por ano”.
O anúncio foi feito após a visita do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, ao país centro-americano, em meio à pressão do presidente Donald Trump para recuperar o controle da hidrovia.
“O governo do Panamá concordou em não cobrar mais tarifas dos navios do governo dos EUA que transitam pelo Canal do Panamá, economizando milhões de dólares por ano”, disse o Departamento de Estado dos EUA em uma mensagem publicada na rede social X.
Pouco antes, o Pentágono informou em comunicado que o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, durante uma conversa telefônica com o ministro da Segurança Pública do Panamá, Frank Abrego, comentou sobre o interesse dos EUA em “garantir acesso irrestrito” ao Canal.
“Hegseth enfatizou que sua principal prioridade é salvaguardar os interesses de segurança nacional dos Estados Unidos sob a liderança do presidente Trump, o que inclui garantir o acesso irrestrito ao Canal do Panamá e mantê-lo livre de interferência estrangeira”, diz a nota.
A conversa aconteceu na terça-feira (4), e tanto Hegseth quanto Abrego reafirmaram o compromisso dos dois países “com a defesa do Canal e concordaram em expandir a cooperação entre as Forças Armadas dos EUA e as forças de segurança do Panamá”.
Panamá nega que tenha interrompido as taxas
Em resposta a publicação feita pelo Departamento de Estado dos EUA, a Autoridade do Canal do Panamá, órgão que de fato administra a hidrovia, negou que tenha interrompido as taxas cobradas aos navios americanos que atravessam o canal.
“Em resposta a uma publicação divulgada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, a Autoridade do Canal do Panamá, responsável por estabelecer os pedágios e outras tarifas para a travessia do Canal, informa que não realizou nenhum ajuste nos mesmos”, diz a publicação também feita no X.
“Com total responsabilidade, a Autoridade do Canal do Panamá reafirma sua disposição para dialogar com os funcionários pertinentes dos Estados Unidos sobre o trânsito de navios de guerra desse país”, concluiu a nota.
Impasse
O novo episódio envolvendo a questão do Canal do Panamá ocorre em meio à tensão entre os dois países após o presidente Trump, afirmar que pretendia recuperar o controle da hidrovia, devido à influência chinesa no local.
Após a visita de Rubio, no último final de semana, o governo panamenho concordou em não renovar o acordo de cooperação com a China sobre a nova Rota da Seda, entre outras medidas.
A Autoridade do Canal do Panamá, que apesar de pertencer ao governo panamenho opera de forma independente, já havia dito a Rubio que trabalharia com a Marinha dos EUA para “otimizar o trânsito prioritário de seus navios” pela hidrovia.
Trump baseia suas ameaças no controle da China sobre portos localizados nas entradas do canal pelos oceanos Atlântico e Pacífico e no tratamento “injusto” dado aos navios americanos, que segundo o presidente são alvos de altas taxas.