O Banco Central informou nesta sexta-feira (31) que as empresas estatais do país registraram déficit de R$ 8,07 bilhões em 2024. Este é o pior resultado desde o início da série histórica, em 2001, considerando os dados nominais, sem correção pela inflação.
O cálculo é foi a partir das contas de estatais federais, estaduais e municipais, com exceção dos resultados dos grupos Petrobras e Eletrobras. Os bancos públicos, como Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, também não entram na conta da autoridade monetária.
Em 2024, o déficit das estatais federais foi de R$ 6,7 bilhões. As companhias estaduais registraram resultado negativo de R$ 1,3 bilhão e as municipais de R$ 39 milhões. Já em 2023, o déficit total foi de R$ 2,3 bilhões (R$ 1,3 bilhão das estaduais, R$ 656 milhões das federais e R$ 313 milhões das municipais).
O governo afirmou que os déficits registrados pela maior parte das estatais no cálculo do resultado primário são, em grande parte, decorrentes dos investimentos realizados pelas empresas e não de prejuízos.
A diferença ocorre porque o BC utiliza uma forma diferente do governo para fazer o cálculo. A estatística da autarquia considera receitas e despesas dentro de um determinado período, sem contabilizar os recursos que as empresas já tinham em caixa em períodos anteriores, nem eventuais receitas de financiamentos.
Déficit de estatais não é “rombo”, diz ministra
A ministra do MGI, Esther Dweck, apontou que o déficit não pode ser classificado como “rombo”, pois o cálculo do Banco Central considera apenas receitas e despesas, sem levar em conta os investimentos feitos com recursos em caixa.
“Não chamem de rombo, a gente já explicou isso, é bom lembrar. Hoje, o que foi divulgado pelo Banco Central é o resultado fiscal das empresas, que pensa só as receitas e as despesas do ano. Como eu já expliquei várias vezes, muitas despesas feitas pelas estatais são com dinheiro que estava em caixa e, portanto, ele acaba gerando resultado deficitário ainda que as empresas tenham lucro”, afirmou Dweck nesta sexta (31).
A ministra ressaltou que 9 das 11 estatais que aparecem como deficitárias, também são lucrativas. “O Tesouro não vai arcar com isso. Não é um rombo. É um resultado pelo fato dessas empresas estarem gastando dinheiro que está em caixa, terem aumentado os investimentos”, explicou.
