SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Pesquisadores encontraram fósseis de uma espécie inédita de escorpião na província de Liaoning, na China.
Espécime teria cerca de 125 milhões de anos. Esse é o primeiro escorpião da era Mesozoica encontrado em solo chinês, segundo a Academia de Ciências em artigo publicado no periódico Science Bulletin.
Escorpiões da era Mesozoica são preservados em âmbar. Os artrópodes datados de 252 milhões a 66 milhões de anos atrás geralmente são encontrados em resina fóssil que se origina a partir da fossilização da resina de árvores antigas.
Fósseis de escorpião são raros, pois esses aracnídeos vivem sobre pedras e galhos. Nesses ambientes é muito difícil que eles fiquem presos em sedimentos e fossilizem, revelou o coautor do estudo Diying Huang.
Batizada como Jeholia longchengi, nova espécie faz referência ao Johel Biota. Tal nome é do sítio paleontológico onde exemplar foi encontrado e ao distrito de Longcheng, pertencente à cidade de Chaoyang, na província de Liaoning, China.
Espécie gigante para a época. J. longchengi tinha aproximadamente 10 centímetros de comprimento, que é o dobro dos escorpiões convencionais da era Mezozoica. “Outros escorpiões mesozoicos são muito menores, a maioria deles com menos da metade [do tamanho] da nova espécie”, disse Huang à Live Science.
PAPEL NA CADEIA ALIMENTAR
É provável que mamíferos e dinossauros tenham sido predadores do J. longchengi. Por outro lado, o aracnídeo pode ter sido o predador de insetos, aranhas, lagartos, sapos e pequenos mamíferos, revela o estudo.
Partes bucais do escorpião não foram encontradas. Por isso, novas descobertas de espécimes podem ajudar os pesquisadores a entenderem o papel do J. longchengi no ecossistema e na teia alimentar.
“Se colocado no ambiente atual, ele pode se tornar um predador natural de muitos animais pequenos e pode até mesmo caçar filhotes de pequenos vertebrados “, disse Huang à agência de notícias estatal chinesa Xinhua.
Fósseis de outros animais já foram encontrados em Johel Biota. Arqueólogos já descobriram partes de dinossauros, mamíferos, pássaros e insetos, demonstrando que o local possuía uma teia alimentar complexa.