Em entrevista ao UOL, o presidente do Cuiabá, Cristiano Dresch, voltou a reclamar de atrasos de pagamento de vários clubes brasileiros, como Santos, Corinthians e Atlético-MG, em valores devidos à equipe do Mato Grosso.
O dirigente afirmou que diversas equipes estão “fazendo investimentos muito maiores do que suas dívidas”, continuando “sem pagar o que já deveriam ter pago”, e reclamou da demora da CNRD (Câmara Nacional de Resoluções de Disputas) da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) para resolver os casos.
Dresch se disse “indignado” e foi especialmente enfático ao falar do caso do Santos, principalmente depois que o Peixe investiu alto para trazer atletas como Neymar e Rollheiser, ao mesmo tempo em que ainda não passou o que é devido ao Dourado pela venda do zagueiro Joaquim ao Tigres-MEX, no ano passado.
“Quanto ao Santos, as dívidas venceram agora nos últimos 15 dias, nós temos aí a promessa de que vão entrar em contato conosco para pagar. Mas eu acho muito difícil o Santos pagar alguma coisa com o tanto que eles estão gastando”, bradou.
“Eles estão contratando o Neymar, contrataram o Rollheiser, jogador do Benfica, pagando 11 milhões de euros. Contrataram o Thaciano, do Bahia, acho que pagaram 5 milhões de euros. Esse negócio do Thiago Maia aí também que é esdrúxulo”, seguiu.
O presidente do Cuiabá também reforçou pedidos para adoção de medidas de fair play financeiro com urgência no futebol brasileiro.
“Vai ter (discussão sobre fair play financeiro) na próxima (reunião de clubes na CBF), já era pra ter tido o congresso técnico na CBF, não teve ainda. Mas eu não tenho dúvida nenhuma que o fair play financeiro vai ser discutido. Alguma coisa vai ser criada, porque está doendo no bolso de todo mundo”, afirmou.
“O Brasil é o típico país que existem muitas leis que não são cumpridas. Já existe um órgão para cobrar clube, que é a CNRD dentro do Brasil. As vendas feitas Brasil para Brasil existem já. Só que esse órgão está incentivando o mau pagador. Ele não está beneficiando quem vende e quem tem para receber”, completou.
Para Dresch, inclusive, a CBF deveria impor medidas de transfer ban quando houver casos de dívidas na CNRD.
“O Corinthians, mesmo com as dívidas que ele tem na Fifa, ele vai ter que pagar. Este ano, mesmo se ele não pagar as dívidas que ele tem na Fifa, vai receber o transfer ban. Agora, na CNRB, onde ele também poderia receber um bloqueio de registro da CBF, um transfer ban, ele não vai receber. Por quê? Porque ele está fazendo um plano de pagamento para pagar a perder de vista sem juros”, reclamou.
