O meio-campista Éderson, atualmente na Atalanta, da Itália, e o agente André Cury, através da empresa Link Assessoria Esportiva e Propaganda Ltda., processaram o Corinthians pedindo quase R$ 3,7 milhões por um repasse não feito da venda do jogador à Salernitana, também da Itália, em 2021.
Na ação, à qual a ESPN teve acesso, os advogados de Éderson e André Cury afirmam que quando Éderson foi contratado pelo Timão, em 2020, ficou acordado que o atleta teria direito de 30% do valor de uma futura negociação para outra equipe. Na sequência, o montante deveria ser repassado à Link Assessoria Esportiva e Propaganda pelo atleta.
De acordo com as alegações no processo, porém, o Corinthians não depositou os valores referentes à venda de Éderson à Salernitana, que foi fechada em janeiro de 2021 por 6,5 milhões de euros.
“O réu [Corinthians] recebeu integralmente os valores, contudo não repassou a parte pertencente ao autor [Éderson]. Ao realizar a respectiva retenção indevida, enveredou ao enriquecimento ilicitamente, […], caracterizando inclusive, a apropriação indébita de valor”, escreveram os advogados, na petição.
Éderson e Cury ressaltam que a equipe paulista deveria ter repassado R$ 3,1 milhões ao jogador, quantia que corresponderia a 30% da negociação com a Salernitana.
Na ação, o hoje atleta da seleção brasileira e seu empresário postam até diversas mensagens trocadas por e-mail com o então diretor financeiro do Timão, Roberto Gaviolli, sobre a conta bancária em que o dinheiro deveria ser depositado. No entanto, os advogados declaram que o Corinthians deixou de responder e não pagou a quantia devida.
Em novembro do ano passado, André Cury chegou a enviar uma notificação formal ao Timão por meio de telegrama, também anexado ao processo. Todavia, o caso seguiu estagnado, o que levou o empresário e seu atleta representado a buscarem a Justiça.
“É patente a atitude dolosa da tentativa de perpetuação do ilícito, retenção de valor e o enriquecimento ilícito do Réu perpretada pelos seus dirigentes competentes”, observaram os advogados, nos autos.
No processo, Éderson e André Cury pedem que o Corinthians pague agora R$ 3.676.284,10. O valor tem como base os R$ 3,1 milhões devidos inicialmente, mais juros de 1% ao mês.
O caso está sendo julgado pela juíza Camila Rodrigues Borges de Azevedo, da 19ª Vara Cível do TJ-SP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo).
Em decisão proferida na última sexta-feira (21), a magistrada negou tutela de urgência a Éderson e André Cury, mas ordenou que o Corinthians se manifeste em até 15 dias úteis se quiser contestar.
O Timão não comenta processos em andamento.