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Dupla de brasileiros foi decisiva para Richard Ríos trocar futsal pelo futebol

Se Richard Ríos hoje é destaque do Palmeiras e estará com a seleção da Colômbia que enfrenta o Brasil nesta quinta-feira (20), às 21h45 (de Brasília), nas eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo de 2026, uma dupla de brasileiros foi importante para isso.

O titular do time colombiano teve uma trajetória incomum no futebol de alto nível. Ríos jogou futsal até os 18 anos e se destacou na Liga Sul-Americana sub-20 da modalidade no Rio de Janeiro, em 2018. Após o torneio, trocou as quadras pelos gramados.

Uma das pessoas responsáveis por apostar na transição de Ríos das quadras para os campos foi PC de Oliveira, atualmente coordenador metodológico do Internacional.

Por sua experiência de treinar equipes nas duas modalidades, foi chamado pelos empresários do atleta para analisar vídeos do jogador e responder se havia possibilidade de ir aos gramados. PC viu o potencial do jovem de 17 anos migrar para o campo. Ele ainda consultou Gabriel Dias, multicampeão como jogador no futsal, com passagens pelo Barcelona e seleção brasileira e atualmente técnico, que concordou com a avaliação.

“Quando assisto ele jogar, disse para eles (os empresários) que o Richard era jogador de futebol, pelos comportamentos necessários para ser um atleta de alto rendimento de futebol”, revelou PC, em entrevista à ESPN, apontando uma questão fundamental para a transição futsal-futebol funcionar.

“Se fosse dada a ele a oportunidade de estar numa equipe de futebol, ele teria que estar nas mãos de alguém que entendesse a adaptação dele, sabendo que a origem era futsal e ele já tinha dezessete anos”, acrescentou o coordenador metodológico do Inter.

O clube sugerido por PC foi o sub-20 do Flamengo, que era treinado por Maurício Souza. Vitor Zanelli, diretor do Flamengo na época, conseguiu que Ríos passasse por um período de avaliação. Depois, ele acabou sendo contratado para a categoria.

“O Maurício, entendendo que ele era do futsal, consegue ver em diferentes funções. Na carreira dele, o mais importante foi ter passado esse processo nas mãos do Maurício Souza”, elogiou PC.

Hoje treinador do Guarani, Maurício Souza teve uma larga experiência no futsal. Na modalidade, atuou profissionalmente no Vasco, entre 2001 e 2002. Depois, entrou para a comissão técnica e treinou a equipe de futsal do Botafogo, da base ao profissional, de 2006 a 2012.

Ele acompanhou de perto os passos de Ríos nos gramados. “O Richard era um jogador já muito bom fisicamente, muito técnico, mas que trazia realmente alguns vícios do futsal, até porque demorou muito a fazer a transição futsal-campo”, disse, também à ESPN.

Até por isso o técnico de Ríos na base do Flamengo lembra bem dos desafios enfrentados na época. “A maior dificuldade do Richard era se relacionar com o espaço e com os companheiros, porque, claro, no salão é 20 por 40 metros. No campo, mais de 100 metros para atuar”, contou. “E conseguir entender em que momento ele poderia transferir os dribles que ele tinha do futsal para o campo”, completou. Vindo de uma outra modalidade, Ríos foi testado em diferentes funções até se encontrar como volante – inclusive, como “camisa 10”, pelas habilidades de drible. “Não foi um trabalho fácil, no início, ele levou um tempo, tanto é que a gente experimentou ele em várias posições para ver a que ele mais se adequava”, relata Maurício Souza.

Com uma boa capacidade física, o colombiano mostrava aptidão para atuar em diversos setores. Esse fator o ajudou a estrear no Brasileirão de 2020 pelo Flamengo no empate em 1 a 1 contra o Palmeiras. Na ocasião, a equipe rubro-negra tinha muitos desfalques pela Covid-19, então, a comissão técnica dos profissionais consultou a base para entender quem poderia disputar essa partida. Ríos entrou na segunda etapa, como lateral-direito.

“Eles não tinham lateral-direito na reserva. Eu lembro que eu falei com a comissão técnica do profissional que, se precisasse de um lateral-direito, esse jogador seria o Richard Ríos. Ele marcou o Dudu nesse jogo. O Dudu não conseguiu fazer absolutamente nada contra ele.” Agora, com Richard Ríos titular da Colômbia e também do Palmeiras, Maurício Souza aposta em futuro ainda mais promissor para o jogador. “Saiu do seu país cedo e conseguiu se adaptar a outro país. Eu não tenho a menor dúvida que ele teria sucesso na Europa. Ele está muito pronto.”

www.espn.com.br – FUTEBOL

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