A ditadura da Nicarágua anunciou a retirada do país centro-americano da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e ordenou que o organismo deixe de atuar no território nicaraguense.
A decisão ocorreu depois que o órgão divulgou relatórios apontando que grande parte da população nicaraguense sofre com a fome e que os preços dos alimentos estão mais altos do que os praticados em países vizinhos, como Costa Rica e Guatemala.
Segundo informações do jornal nicaraguense Confidencial, o ministro das Relações Exteriores do regime de Daniel Ortega, Valdrack Jaentschke, comunicou a decisão numa carta enviada à FAO no início dessa semana.
“Informamos sobre a retirada da Nicarágua desta organização e exigimos o fechamento de sua representação e escritórios na Nicarágua imediatamente”, afirmou o chanceler no comunicado enviado ao diretor-geral da FAO, Qu Dongyu.
Jaentschke alegou que relatórios do organismo da ONU, apontando que 19,6% da população da Nicarágua passa fome e que a cesta básica no país está entre as mais caras da América Central, têm erros metodológicos e “informações falsas”, com dados cuja coleta não teria sido autorizada nem validada pela ditadura da Nicarágua.
Também acusou a FAO de produzir relatórios com “uma tendência intervencionista e agressiva, que foi difundida de forma maliciosa com fins políticos”. O organismo da ONU ainda não se pronunciou sobre o assunto.