Vencedor do Campeonato Paulista diante do Palmeiras, o Corinthians colocou fim a um jejum de títulos e voltou a erguer uma taça em um Dérbi eletrizante na última quinta-feira (27), na Neo Química Arena, com uma defesa histórica do goleiro Hugo Souza em pênalti cobrado por Raphael Veiga.
Após se esforçar para segurar o elenco na janela de janeiro, quando chegou até mesmo a recusar uma proposta importante do Zenit (RUS) por Rodrigo Garro, o clube ainda segue com a postura de austeridade em relação ao mercado, o que deve impactar na chegada de outros reforços ao longo da temporada.
“Não há caixa”, garantiu o diretor financeiro do Corinthians, Pedro Silveira, sobre contratações de jogadores em entrevista ao portal Meu Timão. “Inclusive, está no orçamento que a gente precisa vender jogadores”.
O documento orçamentário aprovado para 2025 prevê que o clube faça R$ 181 milhões em vendas na temporada.
“Tem algumas coisas que podem acontecer e que podem diminuir um pouco o impacto dessas vendas. Por exemplo: se o Murillo [agora no Nottingham Forest] for vendido, o Corinthians tem direito a 15%. Ajuda a diminuir o impacto. A gente está de olho nessas movimentações. A gente sabe que precisa fazer caixa. A gente sabe que temos um elenco forte e que vamos tentar manter o máximo possível. Obvio que a palavra final é sempre do Fabinho e do presidente, mas eu, como financeiro, aponto: ‘Gente, estamos sem caixa’. Teve uma coisa que dificultou um pouco essa situação financeira que foi a queda precoce na Libertadores. Financeiramente falando o Corinthians tem um ‘tombinho’ de receita”.
“A gente está atento. Se tiver alguma necessidade muito grande a gente vai buscar, na minha recomendação, sem fazer nenhuma loucura, sem gastar dinheiro. Temos feito grandes contratações nesse nível. O Angileri caiu muito bem, Carrillo veio desse jeito, o Memphis veio assim, embora tenha um pacote que as pessoas confundem. Quando você traz um cara desse, o que a gente tentou fazer foi: bota um salário como se fosse um mínimo garantido, e o resto, se o cara performar, é premiação. Eu não poderia colocar um salário muito maior. Vai que o cara se machuca, fica um ano sem jogar. O cara está jogando, vai dar assistência, vai ser campeão, vai ganhar mais. É composição de salário. Tem muita gente distorcendo isso. O cara tinha uma oferta da Arábia Saudita de três vezes o que a gente está pagando para ele aqui. E ele optou pelo nosso projeto”.
Peça-chave na contratação do holandês, Pedro Silveira revelou ainda que o Corinthians pensa até em ampliar o contrato com o atacante, que tem vínculo no Parque São Jorge até junho de 2026.
“É um cara que a gente conversa hoje em eventualmente prorrogar o contrato dele. Está tão confortável no Brasil que tem conversas de a gente começar a olhar uma discussão. Vimos o que ele fez pela Holanda contra a Espanha. Tem um caminho para prorrogar, é algo que vai ser discutido nos próximos meses. A gente pode eventualmente contar com ele para um projeto um pouco mais longo”.