O ministro Rui Costa, da Casa Civil, justificou nesta quarta (26) a disparada da desaprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) revelada mais cedo pela nova rodada da pesquisa Quaest, afirmando que ela se dá por dificuldades de comunicação do governo e pela conjuntura da economia mundial em relação aos alimentos, item mais criticado pelos entrevistados.
“Temos um governo que reestruturou o país […] nós não comunicamos bem nesses dois anos, é isso que estamos num esforço gigantesco”, disse o ministro em entrevista à GloboNews citando indicadores econômicos favoráveis, como queda do desemprego e contratação de moradias pelo Minha Casa Minha Vida, e políticas públicas de industrialização e combate às mudanças climáticas.
Ele afirmou que essa dificuldade de comunicação levou à mudança na Secretaria de Comunicação Social (Secom), com a saída de Paulo Pimenta para a entrada do publicitário Sidônio Palmeira como ministro e uma mudança na estratégia de comunicar as realizações do governo.
Rui Costa reconheceu as críticas dos brasileiros no dia a dia, principalmente em relação ao preço dos alimentos, e justificou que os que tiveram as maiores altas foram justamente aqueles em que o Brasil lidera exportações.
“Nós temos um problema conjuntural de preços de alimentos com perfil de commodities que dispararam no mercado internacional. O Brasil virou o supermercado do mundo, passou a exportar não só alimentos processados, mas também in natura”, justificou citando aumentos dos preços de alimentos como carnes, café, laranja, cacau, milho e açúcar, este último dizendo que sem uma explicação.
O ministro citou que a expectativa é de que os preços de alguns destes produtos vão baixar até o meio do ano por conta do aumento da safra, e que Lula começou a organizar reuniões com representantes do comércio e da produção de alimentos, na semana que vem, para “dialogar, entender e ver medidas que podem ser feitas para acelerar a redução de preços prevista com a super safra”.
Rui Costa ainda tentou contornar a queda livre da popularidade do presidente afirmando que as pesquisas de intenção de votos para a eleição presidencial de 2026 ainda são favoráveis a Lula.
Na mesma entrevista, Rui Costa citou que a chamada PEC da Segurança, que pretende dar mais poder para a União gerir diretrizes para a segurança pública dos estados, foi discutida com todos os governadores e será encaminhada ao Congresso ainda nesta semana ou após o Carnaval. Também afirmou que já há um entendimento entre os parlamentares e o Supremo Tribunal Federal (STF) com relação às emendas – e que vai destravar a votação do Orçamento até 20 de março.
O ministro ainda pontuou que o governo segue favorável à exploração de petróleo na costa do Amapá, na chamada foz do rio Amazonas na bacia da Margem Equatorial, e que conversa com a ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, para “equilibrar” o desenvolvimento do país com a preservação do meio ambiente.
