A Vila Belmiro de portas abertas para o mundo. De volta ao Brasil após 12 anos, Neymar mantém o protagonismo no futebol, pelo menos fora de campo. Nesta sexta-feira (31), durante a apresentação do craque no Santos, diversos veículos da imprensa internacional marcaram presença para acompanhar de perto a “volta para casa” do jogador.
Além do retorno do ídolo, o novo momento do futebol brasileiro também foi assunto entre os jornalistas estrangeiros.
Repórter da Agência EFE, Carlos Meneses confessou que não esperava a escolha do jogador pelo retorno ao Brasil.
“Foi uma surpresa para mim, porque acho que ele ainda tem bastante futebol pela frente e, voltar a Santos mesmo com outras opções, como MLS ou Europa, foi bastante surpreendente”, disse o jornalista espanhol, que ressaltou sobre as portas do jogador para o mercado europeu.
“Se o Neymar reduz a expectativa de salário dele, se ele aceitar ter um salário de um jogador médio da Europa, com certeza tem espaço (para retornar), mas acho que ele criou uma marca negativa ao redor dele e ele precisa um pouco baixar as expectativas de salário e jogar para voltar a ser um grande jogador a nível mundial”, completou.
O jornalista ainda destacou os impactos de outras contratações das últimas temporadas e comparou a chegada de Neymar a outras icônicas no cenário nacional.
“Acho essas chegadas muito importantes, como de Memphis Depay, Philippe Coutinho voltando, de jogadores que estão com o futebol nas pernas, não como Ronaldo Nazário, que voltou quase no final da carreira, ou Ronaldinho, mesmo tendo ganho uma Libertadores com o Atlético-MG. Acho que se a CBF investir de uma forma séria nos estádios, organizar o calendário, o Brasileirão pode chegar ao nível europeu tranquilamente, porque a melhor matéria-prima do futebol está no Brasil”, reiterou.
Novo destino de estrelas
Para o Emiliano Guanella, repórter da RSI (TV da Suíça), a chegada de Neymar é a grande pergunta a ser respondida na temporada do futebol brasileiro.
“Acho que vai ser com um grande ponto de interrogação sobre Neymar. Independentemente de tudo, ele vai usar esse campeonato para voltar à seleção. Ele apostou no Brasil visando a Copa do Mundo de 2026. Todo o resto, o Santos não vai ocupar o lugar do Palmeiras, do Flamengo, do Botafogo, falta muito para o Santos voltar a ser competitivo. E os outros ídolos que voltam em final de carreira, alguns europeus como Memphis Depay, que quer sentir um gostinho de jogar em um lugar onde o futebol é vida, é paixão, e alguns outros como Danilo, que apostam também. A permanência do Danilo na seleção depende de estar em um clube como o Flamengo”, ponderou.
Rodrigo Almonacid, repórter da AFP, acredita que as grandes contratações da atual temporada podem representar uma mensagem ao restante do futebol mundial.
“Sem dúvida nenhuma o futebol brasileiro virou o mais poderoso da América do Sul. Antes, talvez a Argentina estava mais perto, mas agora a diferença é muito grande entre o futebol brasileiro e o resto dos países. Acho isso legal, porque o futebol brasileiro precisa de uma liga forte. Seria legal que tivessem mais, mas o Brasil está dando o recado que o futebol sul-americano pode ter um protagonismo no mundo inteiro”, destacou o jornalista colombiano.
