Data e Hora

China desempenha papel-chave na máquina de guerra da Rússia

O regime comunista da China é responsável por enviar para a Rússia 80% dos componentes utilizados pela ditadura de Vladimir Putin na fabricação de seus drones de guerra, empregados, em grande parte, na invasão em curso na Ucrânia. A denúncia foi feita nesta quarta-feira (12) pela inteligência da Estônia em seu relatório anual de segurança nacional.

Segundo o documento, Pequim se tornou um centro estratégico para Moscou obter tecnologia militar ocidental de forma clandestina, o que tem ajudado a Rússia a contornar as sanções internacionais.

“A China está ajudando a Rússia proporcionando uma rota para os componentes ocidentais necessários para desenvolver a tecnologia de aviões não tripulados e também outros complexos industriais militares”, afirmou Kaupo Rosin, diretor-geral da inteligência estoniana, segundo informações veiculadas pela agência Reuters.

“Os interesses chineses aqui residem em evitar que a Rússia perca a guerra na Ucrânia, já que tal resultado representaria uma vitória para os Estados Unidos, que são o principal rival da China”, explicou Rosin. “E também supondo um revés para os esforços de China por remodelar a ordem internacional baseado em normas em favor dos regimes autoritários”, acrescentou.

O relatório detalha que a Rússia enfrenta dificuldades neste momento para fabricar internamente componentes de alta tecnologia que são utilizados na produção de drones e, por isso, depende de importações ilegais de equipamentos ocidentais. Para isso, Pequim atua como intermediária.

“O governo chinês facilita a cooperação bilateral e as transferências encobertas de componentes de uso dual por meio de empresas privadas”, diz o relatório da Estônia.

A inteligência estoniana ainda alerta que, no longo prazo, esse esquema pode fortalecer a autossuficiência militar russa e reduzir a capacidade do Ocidente de interromper outros conflitos por meio de sanções. Além disso, há indícios de que empresas ocidentais que operam na China podem estar sendo utilizadas como parte desse esquema de fornecimento clandestino.

O relatório também aborda o risco de se confiar nas propostas de negociações de paz sugeridas pelo Kremlin. Rosin alertou contra a possibilidade de uma “armadilha” russa, enfatizando que qualquer pausa na guerra neste momento beneficiaria Putin, permitindo à Rússia reabastecer suas forças e reorganizar suas estratégias militares.

“Sem uma pressão séria sobre os russos, econômica e militarmente, essas negociações não conduzirão a nenhum resultado”, disse Rosin.

A análise da Estônia sugere que o verdadeiro objetivo de Moscou ao propor conversas de paz não é resolver o conflito, mas sim obter concessões estratégicas do Ocidente. O Kremlin, segundo a inteligência estoniana, tentará condicionar qualquer negociação ao alívio das sanções e à redução da presença da OTAN no Leste Europeu.

“A Rússia não vai querer negociar só com a Ucrânia, é muito provável que busque renegociar toda a arquitetura de segurança europeia”, destacou Rosin.

A Estônia, que faz fronteira com a Rússia e é membro da OTAN, mantém um alerta máximo para qualquer nova movimentação do Kremlin. O país, junto com Letônia e Lituânia fizeram parte da antiga União Soviética e só conquistaram sua independência em 1991, após o colapso do bloco comunista.

Mundo

Enquete

Qual a sua expectativa sobre o segundo mandato do prefeito de Matupá, Bruno Mena?

Este levantamento reflete apenas a opinião espontânea dos leitores do Matupá On-line.
É permitida apenas uma votação por IP, e os resultados não têm valor científico ou caráter de pesquisa oficial.

Agradecemos pela participação!
Publicidade

Compartilhe:

Leia também

plugins premium WordPress