Faltando menos de dois meses para o início do Brasileirão, a CBF decidiu fazer uma drástica mudança no comando da arbitragem.
Wilson Seneme, que estava no cargo há cerca e três anos, deixa o órgão, que passa a ser comandado por um comitê composto por especialistas nacionais e internacionais. Entre os nomes deste grupo, estão o argentino Nestor Pitana, o italiano Nicola Rizzoli e os brasileiros Sandro Meira Ricci, Luiz Flavio de Oliveira e Rodrigo Cintra.
“Queria agradecer o trabalho que foi desenvolvido pelo Seneme, árbitro que sempre esteve dentro das maiores competições. Nesse período de três anos, fez tudo que era necessário. Mas a CBF, pensando de forma global, tira o papel de ser um condutor de tudo que possa estar na arbitragem e estamos expandindo, para que de forma conjunta, essas pessoas possam trabalhar e trazer melhor solução para o futebol brasileiro”, explicou Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, justificando a mudança.
“Dentro desse trabalho, está a situação de termos uma avaliação técnica dos jogos, diariamente, ter escalas que possam direcionar pra todos aquilo que cada árbitro tenha realizado e criando um ranking com todos os árbitros cadastrados. Que eles possam estar recebendo informações de suas performances. Que o trabalho do árbitro, que às vezes cometem equívocos, que possam ser trabalhados e de forma competente. O que será desenvolvido é a criação da Escola Nacional de Árbitros. Temos hoje um trabalho, 27 federações, e os árbitros que compõem são das federações, cada uma com uma escola, não é padrão. Nessa escola, queremos contar com os presidentes das comissões de árbitros de cada estado e os seus diretores.”
Além da escola, a CBF vai implementar um ranking dos árbitros, tentando minimizar os erros: “Com a criação do ranking, e com prazos para que essa comissão possa fazer um diagnóstico de melhorias, pra que a arbitragem seja uniforme em todas as escolas, em todos os estados. Para que com isso se minimizem os equívocos de interpretação. Queremos padronização. Queremos dentro de um período, agora, no máximo até 24 meses, ter um projeto todo bem estruturado e discutido para que a CBF possa apresentar a Câmera dos Deputados e Senado Federal, a tão sonhada profissionalização dos árbitros. Queremos dar espaço no tempo máximo de 24 meses ter a profissionalização, não impositiva, discutida com todas federações, árbitros, federações…”
Todo esse trabalho será comandado por um colegiado com 10 pessoas, entra elas dois estrangeiros: o argentino Néstor Pitana, que apitou a final da Copa do Mundo de 2018, e o italiano Nicola Rizolli, que esteve na decisão da Copa de 2014, no Brasil. Com os dois, o ex-árbitro Sandro Meira Ricci formará um comitê de especialista internacionais que serão consultores da comissão e farão avaliações semanais do quadro nacional.
Fazem parte do novo comitê de arbitragem Luiz Flávio de Oliveira, Marcelo Van Gasse, Fabrício Vilarinho, Luis Carlos Câmara Bezerra, Eveliny Almeida, Emerson Filipino Coelho e Rodrigo Martins Cintra.
“O comitê consultivo de especialistas internacionais, que terá início imediato, é um dos principais pilares do processo de transformação da futura diretoria de arbitragem, e não tem um comandante direto, que avalia, que escala. Será multidisciplinar. É um projeto que vai trazer frutos importantes para transparência e competência, dentro e fora de campo, da arbitragem”, encerrou Ednaldo.