O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), confirmou neste sábado (1) que lançará sua pré-candidatura a presidente da República em 28 de março de 2025, em Salvador, na Bahia, onde receberá o título de cidadão baiano. Ele acompanhou a eleição do senador Davi Alcolumbre (União-AP) para presidente no Senado.
Em entrevista aos jornalistas, o governador reforçou que pretende concorrer à Presidência nas eleições de 2026. “Vou concorrer, tanto é que vocês já estão convidados aqui para o dia 28 de março. Já vou dar partida na minha pré-candidatura a presidente da República. E daí já vou começar a andar o Brasil nos finais de semana, já percorrendo todos os Estados e levando a nossa discussão, a nossa proposta”.
Ainda não há uma indicação de quem poderá ser o vice de Caiado. Segundo ele, ainda é “muito cedo” e isso só deve ser definido na Convenção Nacional do União Brasil a ser realizada em 2026.
Desde a sua reeleição como governador, Caiado busca viabilizar a sua candidatura e inicialmente, tentou se colocar como um candidato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). No entanto, os apoiadores de Bolsonaro negaram qualquer apoio ao nome de Caiado.
Na eleição municipal de 2024, o apoio também foi inviabilizado com os dois bancando candidatos adversários para a Prefeitura de Goiânia.
Inelegibilidade
O governador e o prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (União) foram alvos de uma ação da chapa do candidato derrotado no segundo turno, Fred Rodrigues (PL-GO), por supostamente terem utilizado a sede do governo estadual para eventos políticos a favor de Mabel após o primeiro turno.
A condenação foi decidida liminarmente pela juíza Maria Umbelina Zorzetti e tornada pública no dia 11 de dezembro do ano passado. Ainda cabe recurso à decisão na Corte eleitoral goiana e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Impasse e PEC da Segurança Pública
Outro impasse que Caiado deve enfrentar para lançar a sua candidatura é o apoio do partido União Brasil, tendo em vista que a legenda integra a base governista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O União também comanda 3 ministérios no governo petista: Turismo (Celso Sabino), Comunicações (Juscelino Filho) e Integração e Desenvolvimento Regional (Waldez Góes).
Em 2026, o partido terá de decidir se lançará um candidato próprio à Presidência ou se apoiará a reeleição de Lula. O petista tem se movimentado para garantir o apoio da sigla e, para isso, pode ampliar o espaço do partido no governo federal por meio de uma reforma ministerial prevista para ocorrer em fevereiro.
Neste sábado (1º), governador também voltou a se manifestar contra a PEC da Segurança Pública. Ele tem sido um dos mais incisivos opositores da proposta de emenda à Constituição, que prevê a divisão de responsabilidades entre União e Estados sobre as polícias civil e militar.
Os governadores argumentam que a medida pode comprometer a autonomia dos Estados, permitindo maior interferência do governo federal. Em resposta às preocupações levantadas pelos gestores estaduais, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, enviou um novo texto à Casa Civil com adaptações.
“Como é que o deputado federal vai votar para tirar poder do seu ente federado? Como é que ele vai explicar isso na sua base? Como é que um senador da República vai explicar que votou contra, sendo que ele é o representante da unidade federativa?”, questionou.
Para o governador de Goiás, a proposta é “descabida” e “desarrazoada”. “É algo que mostra o sentimento deste atual governo em concentrar poderes. Essa que é a finalidade deste governo”, afirmou Caiado.