Brasil e Japão firmaram nesta quarta-feira (26), em Tóquio, cerca de 80 memorandos de cooperação em áreas como energia, meio ambiente, agricultura, ciência e tecnologia. Um dos acordos prevê investimentos japoneses na recuperação de pastagens degradadas no Cerrado brasileiro, dentro de uma agenda ambiental conjunta entre os dois países.
Durante a cerimônia, o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, anunciou que empresas do país pretendem investir, a partir de 2024, o equivalente a R$ 45 bilhões (1,3 trilhão de ienes) em projetos no Brasil.
Ele também reforçou o compromisso do Japão com a ampliação das relações comerciais com o Mercosul e informou que o país enviará ao Brasil uma missão técnica para coletar informações sanitárias, como parte das tratativas para viabilizar a importação de carne bovina in natura.
O ministro da Agricultura do Brasil, Carlos Fávaro, participou do evento ao lado de representantes de pastas estratégicas como Educação, Saúde, Meio Ambiente, Minas e Energia e Ciência e Tecnologia.
Meio ambiente e energia limpa
No discurso, o primeiro-ministro japonês afirmou que Brasil e Japão atuarão juntos na responsabilidade ambiental e na descarbonização do setor automotivo. “O Brasil tem o biocombustível e o Japão tem mobilidade de alta eficiência. Unindo esses dois pontos, vamos liderar a descarbonização no setor automotivo”, declarou.
Além do apoio à recuperação de pastagens e ao combate ao desmatamento ilegal na Amazônia, a cooperação entre os países também inclui avanços em tecnologias limpas e energia renovável.
Atualmente, o comércio bilateral entre Brasil e Japão soma US$ 11 bilhões. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a meta é retomar os níveis históricos e superar os US$ 17 bilhões registrados em 2011. Lula destacou o papel estratégico do Brasil na transição energética global e defendeu o fortalecimento da parceria com o Japão nesse processo.
“Nós queremos que o Japão adote no Brasil a perspectiva da produção do etanol, do hidrogênio verde e do combustível renovável. Nós temos certeza absoluta de que o Brasil será quase que o carro-chefe da transição energética neste século 21”, afirmou o presidente.
Ele ainda destacou o potencial brasileiro em ciência, tecnologia e indústria, e reforçou a intenção de transformar o país em uma nação desenvolvida do ponto de vista tecnológico e científico.